O perspectivismo e o projeto leibniziano de conciliação das filosofias

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Hirata, Celi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-26112008-123853/
Resumo: Com o intento de fundar a metafísica rumo ao conhecimento certo, Descartes rejeita a história precedente da filosofia. Com efeito, esta carrega consigo uma pluralidade de opiniões e disputas, o que é inaceitável face à unidade da verdade e da razão. Por isso, o progresso da filosofia em direção ao futuro só pode se dar mediante uma ruptura com o passado, ruptura que se opera por meio da dúvida metódica. Leibniz, ao contrário, defende que o avanço do conhecimento rumo à descoberta de novas verdades pode e deve retomar o que já foi anteriormente estabelecido. Isto porque, à diferença de Descartes, o autor da Monadologia possui uma outra concepção da relação entre pluralidade e unidade, o que se pode constatar de maneira privilegiada na sua tese de que cada mônada ou ser criado representa o universo inteiro de uma determinada perspectiva. Ora, como todas as representações possuem o mesmo referente o mundo , todas são verdadeiras e harmônicas entre si, de modo que o que varia é a maneira como o mundo é representado, isto é, os graus de distinção presentes na representação. Deste modo, a pluralidade dos sistemas filosóficos redunda em diferenças (de modo que uns são mais perfeitos do que outros e que haja determinadas partes mais relevantes do que outras dentro de um mesmo sistema), mas não em uma heterogeneidade radical. Ora, justamente sem a consideração de que há alguma conveniência subjacente na diversidade das filosofias, não é possível a tentativa de conciliação do que haveria de melhor entre elas, isto é, se há uma heterogeneidade irredutível, como Descartes considera, não há qualquer ponto de transigência. Assim, a fim de dar conta de como este projeto de conciliação das filosofias é possível, examinar-se-á nesta dissertação a tese de que cada mônada representa o universo inteiro de uma determinada perspectiva, exame no qual se enfatizará as noções leibnizianas de espírito, de conhecimento e de sistema