Suspensão corporal e algumas implicações intersubjetivas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Lirio, Daniel Rodrigues
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-13022008-191147/
Resumo: Em seu uso original, a suspensão corporal era parte de rituais realizados em culturas milenares na índia e onde hoje são os Estados Unidos. Essa prática envolve a suspensão de uma pessoa por ganchos cravados em sua pele. A partir dos anos 1960, ela foi reapropriada e tem sido realizada especialmente em centros urbanos, geralmente, por pessoas que possuem modificações corporais - piercings, tatuagens, escarificações, implantes, brandings etc. Neste trabalho, pretendemos compreender os sentidos em torno dessa retomada, suas diferentes funções na vida dos praticantes contemporâneos e o que ela diz de nossa cultura. Com base em uma leitura inspirada em Winnicott, contrapomos a análise de relatos com o desenvolvimento infantil e sugerimos que essas práticas permitem avivar o sentimento de si como parte de um processo que possibilita novas formas de estar no mundo. Ao final, discutimos como a suspensão praticada atualmente só pode ser compreendida em sua inserção na cultura pós-moderna, seja por utilizar elementos extremamente contemporâneos - como a busca por uma performance esteticamente fascinante -, seja por tentar solucionar alguns impasses atuais - como o lugar destinado ao corpo em uma sociedade bastante mediada por imagens. Enfim, compreendemos que as mudanças culturais, de alguma forma, alteram o modo de experimentação do corpo. Contudo, há algo na experiência de suspensão corporal que não pode ser dito, um mistério compartilhado apenas por quem a viveu na própria carne. Como forma de circundar esse mistério, nós procuramos não apenas descrever e conceitualizar a suspensão, mas explorar a experiência de pesquisa do tema como via de acesso à prática propriamente dita.