Valor econômico da água para irrigação no semi-árido cearense

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1998
Autor(a) principal: Pinheiro, José César Vieira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-20200111-132736/
Resumo: Este trabalho é o resultado de um esforço de avaliação do critério atual de distribuição e fixação da tarifa dágua destinada à irrigação. Procurou-se fazer a valoração da água através das suas curvas de demanda de curto prazo. Estas curvas foram obtidas a partir das funções de produção de culturas selecionadas. A parte empírica foi desenvolvida no projeto Curu-Paraipaba no Estado do Ceará utilizando-se informações referentes ao ano agrícola de 1995/96. O trabalho analisa também o efeito indireto de algumas características sócio econômicas do produtor, tais como, nível de educação, idade, e grau tecnológico do irrigante, sobre a produção. No cenário atual, o governo faz a distribuição da água com base no consumo médio por hectare e a tarifa é definida com vistas à recuperação dos custos operacionais de suprimento. Não existe exclusividade de uso para a água. A rentabilidade das culturas e a disposição do produtor a pagar pela água não são consideradas no critério alocativo. Os resultados das simulações revelaram que os preços dos produtos afetam diretamente o valor da água. Assim, sendo a água escassa no semi-árido, uma forma de valorizá-la seria irrigar culturas de alto valor. O estudo mostrou que, na situação prevalecente, o preço eficiente da água seria de R$ 140,61/ mil m3 mediante a redistribuição da água que vinha sendo utilizada na cana-de-açúcar e no mamão. O confronto do uso atual da água com a distribuição sugerida pelo modelo mostra que 36,6 % da água não estava sendo alocada em culturas de maior valor (coco). Este é um indicador do tamanho do desperdício. A cultura do coco deveria ser fortemente estimulada, mediante a redistribuição da água que vinha sendo utilizada na cana-de-açúcar e no mamão. O confronto do uso atual da água com a distribuição sugerida pelo modelo mostra que 36,6 % da água não estava sendo alocada em culturas de maior valor (coco). Este é um indicador do tamanho do desperdício. Se cada cultura recebesse a quantidade ótima de água, o VBP cresceria substancialmente. A receita gerada pelo pagamento da água cobriria com folga os custos de operação e manutenção do sistema de suprimento. A pesquisa ganha importância particular por ter sido feita no semi-árido cearense, onde a água é escassa e a agricultura depende da irrigação para produzir durante a estação seca. Isto confirma os resultados de vários estudos de avaliação econômica de projetos de irrigação no Nordeste. Muitos deles apresentaram rentabilidade modesta e não puderam remunerar adequadamente os fatores de produção empregados.