Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2007 |
Autor(a) principal: |
Prates, Paula Licursi |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6136/tde-07052008-135147/
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Resumo: |
Introdução: A violência contra a mulher tem sido considerada uma violação dos direitos humanos e um importante problema de saúde pública, tanto no que se refere aos cuidados, quanto com as relações de gênero que permeiam o fenômeno. Após este reconhecimento, serviços de atendimento às mulheres em situação de violência foram criados no âmbito das políticas públicas, entre eles os abrigos para mulheres que sofreram violência doméstica e se encontram em risco. Objetivo: Descrever e analisar o perfil sociodemográfico e psicossocial de usuárias de um destes abrigos da cidade de São Paulo. Método: Estudo quantiqualitativo realizado por meio de consulta aos prontuários da instituição. Foram coletados dados de natureza sociodemográfica, de violência, de saúde e aspectos do abrigamento de 72 mulheres atendidas no período de 2001 a 2005. Resultados: A violência perpassa todas as faixas de idade (17 a 46 anos) e tempos de união. A predominância de escolaridade está no ensino fundamental. 66,7% das mulheres mantinha relacionamentos estáveis, o que aponta para a maior incidência da violência contra a mulher no espaço doméstico e conjugal. 40,3% das mulheres eram donas de casa quando entraram no abrigo. Os tipos de violência mais relatados foram a física, a psicológica e a sexual. 86,1% das mulheres recebeu acompanhamento jurídico, dos quais 43,5% eram processos criminais, 5% familiares e 46,5% ambos. A maioria dos tratamentos de saúde foi de natureza psicológica. Após o abrigamento, 51,4% das mulheres iniciaram vida nova e/ou retornaram para família e 27,8% retornou para o companheiro. As mulheres que iniciaram vida nova apresentaram relacionamento interpessoal adequado, adesão à proposta do abrigo e condições para o desligamento. As mulheres que retornaram para os parceiros, na maioria não aderiram à proposta do abrigo e não apresentavam condições para o desligamento. Os motivos para o retorno parecem estar relacionados a uma concepção de feminilidade que marca a subjetividade das mulheres. Considerações Finais: Os dados apontam para a complexidade da violência e sugerem a existência de condições de diferentes ordens, envolvidas na definição do destino da abrigada. A realização de acompanhamento pós-abrigamento, de formação e de supervisão para as equipes é fundamental neste tipo de serviço. É necessário ainda que o abrigo encontre-se inserido numa política pública de assistência integral à mulher para que promova autonomia. |