Avaliação da contaminação fúngica e da ocorrência de aflatoxinas na bovinocultura leiteira orgânica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: França, Marisa Matias de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74131/tde-15022024-173415/
Resumo: O presente trabalho foi dividido em dois capítulos. O objetivo do capítulo I foi avaliar a ocorrência de fungos aflatoxigênicos e aflatoxinas em alimentos de dietas destinadas a bovinos em sistemas orgânicos de produção de leite e avaliar a ocorrência de AFM1 no leite produzido por estes animais. Foram coletadas, em propriedades no estado de São Paulo, 36 amostras de alimentos destinados à dieta de vacas leiteiras em sistema orgânico, sendo 26 de concentrados e 10 de silagens, e 25 amostras de leite cru refrigerado. A AFB1 foi a aflatoxina maior ocorrência nas amostras de alimentos. Os valores máximos quantificados de aflatoxinas foram de 92,9 µg/kg-1 para AFB1, 9,26 µg/kg-1, para AFB2, 3,14 µg/kg-1 para AFG1 e 1,37 µg/kg-1 para AFG2, sendo que em uma amostra de alimento concentrado apresentou nível de AFB1 acima do recomendado pela legislação brasileira para a soma de aflatoxinas em alimentos destinados ao consumo animal. A ocorrência de AFM1 nas amostras de leite cru refrigerado foi considerada baixa, porém com concentrações atingiram níveis de 2,89 µg/L, sendo que três amostras se apresentaram fora do limite máximo AFM1 para leite fluido no Brasil. Concluiu-se que, apesar da baixa ocorrência de aflatoxinas detectada, foram identificados índices acima das recomendações tanto para alimentos destinados a animais em sistema de produção, quanto para o leite fluido, e dessa forma, há necessidade de controle e mitigação da presença de AFB1, AFB2, AFG1, AFG2, e AFM1 no sistema orgânico de produção de leite. O objetivo do capítulo II foi comparar a ocorrência de AFM1 em diferentes tipos de queijos entre os sistemas de produção, orgânico e convencional, e avaliar o risco de exposição alimentar à AFM1. Foram analisados 176 queijos comerciais de 17 tipos, sendo 84 de origem orgânica e 92 de origem convencional. Os resultados demonstram ocorrência de AFM1 em 30,5% das 176 amostras analisadas. Não houve diferença estatística na ocorrência (p=0,1780) de AFM1 e concentração (p=0,1810), entre os queijos produzidos nos sistemas orgânico e convencional, pelo teste Qui-quadrado e pela análise de variâncias pelo teste T, respectivamente. Também não houve diferença estatística no IDPM (p=0,1729) e no índice de risco (HI) (p=0,1802) de AFM1 entre as amostras dos dois sistemas, pela análise de variâncias pelo teste T, indicando que a probabilidade de exposição à AFM1 pelo consumo desses produtos é semelhante. Concluiu-se que os queijos oriundos de ambos os sistemas, podem expor os consumidores aos mesmos cenários de risco pela presença de AFM1, apesar das distintas normas de produção específicas e o estigma de que os alimentos orgânicos são mais saudáveis. Em suma, o presente trabalho concluiu que a AFM1 é um obstáculo para o sistema de produção de leite e derivados de forma geral e há necessidade de mitigação da presença de AFM1 em leite e derivados de forma geral.