Validação clínica do diagnóstico de enfermagem Risco de atraso no desenvolvimento infantil proposto para a taxonomia NANDA-I

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Melo, Nádia Proença de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7141/tde-08052019-133049/
Resumo: INTRODUÇÃO: O diagnóstico de enfermagem contribui para a implementação da sistematização da assistência na área, porém há poucos diagnósticos de enfermagem voltados à saúde da criança já validados. Pesquisas recentes abordaram o fenômeno desenvolvimento infantil (DI), propondo e realizando a validação de conteúdo de diagnósticos relativos a esse fenômeno para a taxonomia da NANDA-I. Este estudo teve como finalidade contribuir para a validação de um desses diagnósticos. OBJETIVO: realizar a validação clínica do diagnóstico de enfermagem Risco de atraso no desenvolvimento infantil proposto para a taxonomia NANDA-I. MÉTODO: Estudo metodológico, de abordagem quantitativa, com coleta de dados no ambulatório de especialidades do Hospital Infantil Darcy Vargas, São Paulo, SP, e em unidades de saúde da família do município de Catalão, GO, no período de junho a outubro de 2017. A amostra foi de 124 crianças de zero a três anos de idade, em situações clínicas estáveis e em atendimento nos serviços. O roteiro de coleta de dados foi aplicado em entrevistas aos responsáveis pelas crianças, investigando os fatores de risco para atraso no DI: doença crônica; doença aguda; distúrbios genéticos; distúrbios congênitos; distúrbios sensoriais; crescimento inadequado; prematuridade e/ou baixo peso ao nascer; uso de medicações na gestação; uso de tabaco na gestação; uso de álcool e drogas na gestação; exposição a poluentes ambientais; saúde mental materna alterada durante a gestação; doença materna; acompanhamento pré-natal; exposição à violência doméstica; desenvolvimento cognitivo dos pais prejudicado; institucionalização; estimulação inadequada da criança; condições sociais e condições econômicas inadequadas. A pesquisa foi conduzida conforme a Resolução 466/2012, mediante aprovação dos Comitês de Ética em Pesquisa das instituições de ensino envolvidas (nº2070709; n°1.939.608). As crianças foram classificadas conforme proposto no novo diagnóstico e conforme o instrumento de vigilância do desenvolvimento da criança, da caderneta de saúde, adotado como padrão-ouro. Realizaram-se testes de acurácia e de associação dos fatores de risco em relação às crianças que tiveram presença de todos os marcos do desenvolvimento para a idade e às que tiveram algum marco ausente. RESULTADOS: Os fatores de risco sob teste estiveram presentes em 108 (87,1%) crianças, sendo os mais frequentes: condições sociais e econômicas desfavoráveis (N=41 e N=34), doenças agudas e crônicas (N= 40), distúrbios congênitos (N=29), crescimento inadequado (N=28) e prematuridade ou baixo peso de nascimento (N=24). Nos testes de acurácia, a maioria dos valores de especificidade foi acima de 80%, e os de sensibilidade inferiores a 30%. A maioria dos fatores de risco teve odds ratio >1, destacando-se distúrbio genético (OR=38, p<0,001), distúrbio congênito (OR=4,4, p<0,05) e o desenvolvimento cognitivo dos pais prejudicado (OR=27, p<0,05). CONCLUSÃO: O desenho deste estudo forneceu uma direção para a eficiência diagnóstica dos fatores de risco para o diagnóstico proposto, contribuindo para o refinamento da acurácia diagnóstica, por meio da aplicação de testes. Assim, conclui-se que os distúrbios congênitos, os distúrbios genéticos e o desenvolvimento cognitivo dos pais prejudicados obtiveram maior associação com a ausência de marcos para o desenvolvimento.