Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Albuquerque, Joel Miranda Bravo de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27158/tde-02022015-144058/
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Resumo: |
Selecionamos para análise nesta dissertação os Choros nº4 (1926) e Choros nº7 (1924), obras de câmara compostas por Heitor Villa-Lobos (1887-1959) no período em que o compositor demonstrou grande interesse pela estética modernista que hoje chamamos \"pós-tonal\". Villa-Lobos mesclou em seus Choros - bem como em grande parte de sua obra - elementos do modernismo europeu com outros oriundos da cultura popular brasileira, neste caso em particular o choro urbano carioca das primeiras décadas do século XX. Em síntese, a linguagem utilizada por Villa-Lobos nos dois Choros se aproxima muito da técnica de composição \"em camadas\" recorrente em obras de Stravinsky como A Sagração da Primavera (1913), Petrushka (1911) e O pássaro de fogo (1910). Villa-Lobos utiliza a interação entre materiais harmônicos independentes (estruturas simples geradas individualmente e calcadas em escalas tradicionais não gerenciadas pela tonalidade herdada do classicismo). Em muitos momentos esses materiais escalares estão empilhados formando grandes conjuntos (supercoleções) com oito, nove, dez, onze classes de altura e até o conjunto cromático completo, relacionados por invariâncias entre essas estruturas. Em outras ocasiões esses complexos harmônicos aparecem justapostos, relacionados por transformação intervalar gradativa, operados em torno de classes de altura invariantes e movimentos discretos entre as remanescentes não comuns (prioritariamente por movimentos de tons e semitons), procedimento chamado pelos teóricos da vertente \"neo-Riemanniana\" (como Richard Cohn, Jack Douthett e Peter Steinbach, entre outros) como \"parcimônia\". Notamos também que Villa-Lobos com frequência relaciona essas camadas estratificadas por disposições intervalares simétricas, gerenciando os conjuntos de classes de altura que compõem as partes ou a totalidade harmônica em torno de eixos de simetrias invariantes (reflexão). Notamos ainda invariâncias frequentemente reiteradas em ostinato (simetria por translação), enquanto que variantes remanescentes surgem e desaparecem como segmentos de coleções em outras camadas ao longo do trecho conduzido pelo ostinato, completando a totalidade harmônica por justaposição. A partir desse diagnóstico preliminar, elegemos nesta pesquisa duas correntes analíticas distintas e concomitantes: a simetria intervalar (reflexão e translação) a partir de estudos sobre Teoria dos Conjuntos desenvolvidos essencialmente nos textos de Joseph Straus e João Pedro Oliveira; e a transformação intervalar atuando como regente na relação entre coleções dispostas em rede e na construção de grandes complexos harmônicos (supercoleções), aproximando nossa pesquisa de estudos neo-Riemannianos sobre redes de coleções e parcimônia, em especial os trabalhos desenvolvidos por Dmitri Tymoczko, Richard Cohn, Jack Douthett e Peter Steinbach. |