Concepções de Ciência e Tecnologia de estudantes ingressantes da Universidade de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Bertoldo, Raquel Roberta
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/81/81132/tde-16062020-171356/
Resumo: Nesta tese apresentamos as concepções de Ciência e Tecnologia (C&T) de estudantes ingressantes nos cursos de Ciências Biológicas, Física, Matemática, Pedagogia e Química da Universidade de São Paulo (USP), bem como de uma amostra representativa da população brasileira. O referencial teórico foi construído a partir da Teoria Crítica, na qual destacamos os conceitos da Dialética do Esclarecimento e refletimos sobre a relação entre Ciência e sociedade e as coerções da indústria cultural e do racionalismo técnico (ADORNO; HORKHEIMER, 1985). Discorremos ainda sobre modelos teóricos que explicam a Cultura Científica e como a escola pode se apropriar da Divulgação Científica, produzida a partir de uma Ciência comercializada, e utilizá-la de maneira a promover uma educação emancipatória. A partir desses pressupostos, construímos um modelo que analisa tanto as concepções sobre C&T quanto os fatores que as influenciam, como variáveis sociodemográficas, hábitos culturais e fontes de informação. Foram realizadas duas análises de dados: a primeira trata da pesquisa realizada na USP, com um questionário elaborado por questões provenientes das pesquisas de percepção pública da C&T, além de itens específicos de pesquisas destinadas aos estudantes (ROSE e o PISA). A segunda analisa os dados provenientes da Pesquisa de Percepção Pública de C&T, realizada no Brasil pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Informação (MCTI), no ano de 2015. O modelo construído a partir do referencial teórico teve suas relações testadas estatisticamente. Além de aplicação de técnicas que permitem a redução da dimensionalidade das variáveis, foram realizados testes estatísticos clássicos (regressão, teste t, regressão categórica, correlação etc.), além de testes de moderação e mediação. Dentre os resultados, destacamos que em ambas as pesquisas as variáveis sociodemográficas tiveram explicações residuais ou não obtiveram efeitos significativos. Outras variáveis, como informação e percepção sobre as aulas de Ciências apresentaram relações significativas que indicam principalmente concepções positivistas de C&T. Observamos assim a influência da indústria cultural e da racionalidade técnica nas esferas da cultura científica, predominando concepções acríticas. Reconhecendo essa influência, defendemos que a escola deve atuar nesse processo de maneira que não se restrinja a promover o consumo da DC, mas capacitar os estudantes para desenvolver uma visão crítica a fim de reconhecer os aspectos de dominação envolvidos na produção e divulgação da C&T, de modo a promover a emancipação.