Jovens, profissionais de ensino e instituições artísticas e culturais: relações no espaço social

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Alvarenga, Cérise
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Art
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-17082016-160140/
Resumo: Esta pesquisa investigou as relações dos jovens estudantes e profissionais de escolas públicas da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) com as manifestações artísticas a partir da experiência de visitação em instituições artísticas e culturais que atuam na promoção do direito à arte e à cultura. Entendendo tais experiências como processos situados historicamente, toma em consideração tanto os sentidos construídos pelos jovens, como também as enunciações advindas dos profissionais das escolas que agendam as visitas. Nesse contexto, o Brasil apresenta pela primeira vez o Plano Nacional de Cultura (PNC) e o Estatuto do Jovem. O entendimento do jovem não apenas como um ser que vivencia um período de transição entre a adolescência e a idade adulta, mas como um sujeito, e a compreensão da arte e do acesso aos diferentes territórios da cidade como direitos são construções discursivas recentes. A investigação foi realizada por meio de pesquisas bibliográfica, documental e de campo. Por meio das pesquisas bibliográfica e documental, busca-se situar e problematizar as construções social e histórica da categoria juventude, os seus direitos e as políticas públicas na área da cultura. Na pesquisa de campo, a pesquisadora acompanhou a visita de 112 estudantes dos Ensinos Fundamental e Médio de três escolas públicas às instituições artísticas e culturais. Foram realizadas conversas com jovens que participaram das visitas em grupos de cinco a oito participantes, totalizando 24 alunos. Também, foram realizadas entrevistas com dois jovens e com três profissionais de ensino. Os procedimentos foram gravados em áudio mediante autorização dos participantes e/ou responsáveis. A orientação metodológica ocorreu por meio de fundamentos da micro-história e da fenomenologia. Os conceitos de habitus, espaço físico e social de Pierre Bourdieu e as formulações sobre o campo estético de Arnold Berleant auxiliam a pensar os sentidos que emergiram. A visita parece constituir um gesto dos professores, que é impulsionado pela revisitação de suas próprias relações com a arte, com a escola e com os espaços culturais. Visitar tais espaços pode conter o sentido apontado por Bourdieu, que reproduz valores e hábitos, perpetuando estratificações sociais que fixam posições de classe, mas também provocam os estudantes a pensarem essas posições. O percurso fora da escola e a relação com as manifestações artísticas arremessam os jovens a construírem significações, recuperando as ações ou o gesto daqueles trabalhadores que participam do processo de produção social da arte nas instituições visitadas. Para os professores e jovens, a experiência desse trânsito parece conter um coeficiente de possibilidades na formulação de questionamentos e na ampliação de espaços e processos educativos, esboçando possíveis enfrentamentos às restrições e limites do contexto escolar e de outras situações de segregação e de desigualdades sociais descritas pelos jovens e seus professores