Efeito de compostos doadores de sulfeto de hidrogênio (H2S) na dermatite atópica experimental induzida em camundongos.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Sanchez, Silvia Abigail Coavoy
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42136/tde-05112021-180853/
Resumo: A dermatite atópica (DA) é uma doença inflamatória crônica da pele caracterizada por prurido intenso e lesões eczematosas, associada a uma resposta aumentada dos linfócitos T-helper-2. Os corticosteroides são comunmente usados para terapia anti-inflamatória da DA, entretanto, seu uso a longo prazo é limitado devido a vários efeitos adversos, o que faz necessário o desenvolvimento de opções terapêuticas alternativas. O sulfeto de hidrogênio (H2S) é produzido na pele e seus efeitos benéficos no controle da inflamação e do prurido tem sido demonstrados. Neste estudo, usando um modelo murino de DA induzido por 2,4dinitroclorobenzeno (DNCB), nós avaliamos os efeitos de compostos derivados da dexametasona liberadores de H2S (híbridos com tiobenzamida - TBZ e anetol ditioletiona ADT) e os doadores mitocondriais de H2S AP39 e RT01. Camundongos BALB/c fêmeas foram sensibilizados topicamente com DNCB nos dias 1-3. Nos dias 15, 17, 19 e 22, os camundongos foram desafiados topicamente com DNCB na pele dorsal e na orelha direita. Nos dias 19-23 após a sensibilização, os camundongos foram tratados topicamente com 250 nmol/animal de dexametasona ou dos derivados, ou 0,2 nmol/animal de AP39 ou RT01. O tratamento tópico com dexametasona ou derivados reduziu significativamente o prurido, as lesões cutâneas, edema de orelha, eosinofilia e esplenomegalia induzidos pelo DNCB. O tratamento com dexametasona-TBZ ou dexametasona-ADT, mas não dexametasona, inibiu o aumento de IL-4, e o tratamento com dexametasona-TBZ (mas não com dexametasona ou dexametasona-ADT), aumentou a produção de H2S e a atividade de glutationa peroxidase (GPx) na pele. Ambos dexametasona-TBZ e dexametasona-ADT, mas não a dexametasona, inibiram o aumento dos marcadores de estresse oxidativo (nitrotirosina e proteinas carboniladas) induzidos pelo DNCB. Além disso, enquanto a dexametasona induziu hiperglicemia, dexametasona-TBZ e dexametasona-ADT foram desprovidos desse efeito. Por outro lado, o tratamento com TBZ ou ADT-OH diminuiu a eosinofilia, e reduziu os níveis aumentados de IL-4 e da enzima alanina aminotransferase (ALT), induzidos pelo DNCB. O tratamento tópico com AP39 reduziu o prurido, as lesões cutâneas, edema de orelha, eosinofilia e esplenomegalia induzidos pelo DNCB. AP39 reduziu os níveis de IL-4, eotaxina-1 e proteínas carboniladas, os quais estão aumentados na pele de camundongos com DA experimental. Por outro lado, o tratamento com RT01 resultou em redução das lesões cutâneas, eosinofilia e dos níveis aumentados de IL-4. Estes resultados mostram que a presença das porções liberadoras de H2S (TBZ ou ADT) na molécula da dexametasona, não só não interfere com os efeitos benéficos do corticoide, mas apresenta benefícios sobre a molécula parental, tais como o aumento da atividade de defesas antioxidantes no tratamento da DA e a prevenção da hiperglicemia associada aos corticosteroides. Por outro lado, a entrega específica de H2S na mitocôndria pelo composto AP39, pode suprimir os sinais clínicos da DA via modulação imunológica e manutenção do equilíbrio redox. Em resumo, os compostos avaliados neste trabalho configuram interessantes estratégias de potencial aplicação terapêutica no tratamento de pacientes com DA.