Liberação da cirurgia de revascularização miocárdica em pacientes com coronariopatia aguda baseada na agregabilidade plaquetária: estudo prospectivo e randomizado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Nakashima, Carlos Alberto Kenji
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-25072021-190132/
Resumo: Introdução: A dupla antiagregação plaquetária (DAP) é recomendada no tratamento de pacientes com síndromes isquêmicas miocárdicas instáveis (SIMI). Entretanto, 10 a 15% dos pacientes com SIMI têm indicação para cirurgia de revascularização miocárdica (CRM) ainda durante a hospitalização e, conforme as diretrizes, recomenda-se nessa população suspender clopidogrel por 5-7 dias antes da cirurgia. Este tempo de espera tem implicações clínicas (aumento nos índices de infecção, novo evento isquêmico, etc) e econômicas. Objetivo: Avaliar se o sangramento em até 24 horas após a CRM seria não-inferior quando da liberação da CRM de acordo com os níveis de agregabilidade plaquetária avaliada pelo método de Multiplate®, em comparação com a liberação padrão com espera de 5-7 dias após a suspensão do anti-ADP. Métodos: Estudo randomizado, aberto, de não-inferioridade. Foram incluídos 190 pacientes com SIMI em uso de AAS + anti-ADP e indicação de CRM, divididos em dois grupos: 1) grupo controle, composto por pacientes que suspenderam o anti-ADP por 5-7 dias antes da cirurgia; 2) grupo intervenção, composto por pacientes que tinham a CRM liberada quando a agregabilidade plaquetária avaliada por Multiplate® atingia nível >46 AUC. Resultados: 95 pacientes foram alocados no grupo controle e 95 no grupo intervenção. A mediana (quartis 25-75) de sangramento (objetivo principal do estudo) pelo dreno torácico nas primeiras 24 horas de pós-operatório foi 350mL (255-500mL) e 350 (250-475mL) no grupo controle e intervenção, respectivamente (p para não-inferioridade<0,001). O tempo de espera entre a indicação cirúrgica e a liberação para realização da CRM foi de 136 (112-161) horas e 50 (22-92) horas, respectivamente (p<0,001). O tempo entre a indicação cirúrgica e o início da CRM foi, respectivamente, 136 (112-161) horas e 112 (66- 141) horas (p<0,001). Não houve diferenças estatisticamente significativas em relação à transfusão de hemoderivados e eventos clínicos cardiovasculares maiores durante a hospitalização. Em relação à análise econômica, os custos Resumo hospitalares para o grupo intervenção foi de R$15.202,33 (14.838,51- 18.178,82) e para o grupo controle foi de R$16.251,37 (13.609,12- 17.647,32) (p=0,014). Conclusão: A liberação da CRM guiada pelo teste de função plaquetária se mostrou não inferior à conduta padrão em termos de sangramento, com significativas reduções no tempo de espera para cirurgia e nos custos hospitalares.