O uso de praguicidas nas atividades aqüícolas: destino e efeitos após aplicações em tanques experimentais e avaliação nas pisciculturas e pesqueiros da bacia do rio Mogi-Guaçu

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Santos, Ricardo Luvizotto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18139/tde-01102007-151801/
Resumo: O uso de praguicidas vem sendo a principal forma de combater os ectoparasitas dos viveiros de peixes, sendo que os mais utilizados na bacia do rio Mogi-Guaçu são o diflubenzuron (DFB), e os organofosforados paration metílico (PM) e triclorfon (TCF), cujo principal subproduto é o diclorvós (DDVP). O uso indiscriminado destas substâncias nos cultivos de peixes pode ocasionar danos aos ecossistemas aquáticos que recebem os efluentes dos tanques comprometendo a qualidade ambiental, além de representar risco aos consumidores destes pescados. Conhecer o padrão de acumulação destes praguicidas, bem como o efeito em espécies não-alvo são fundamentais para a correta gestão desta atividade. Foram analisadas quanto à presença de DFB (CLAE-DAD), PM e DDVP (CG-NPD), amostras de água, sedimentos e peixes (Oreochromis niloticus) coletadas em três pesqueiros do município de Socorro, SP (junho de 2005) e em 4 tanques experimentais (10.000 L de água, 10 cm de sedimento arenoso, localizados no CRHEA - USP, Itirapina, SP) os quais foram utilizados num experimento de simulação de tratamento contra ectoparasitas de peixes (junho a agosto de 2005). Neste caso, antes e após uma única aplicação das formulações Dimilin (1,0 g/\'M POT.3\' DFB), Folisuper (0,25 g/\'M POT.3\' PM) e Neguvon (0,25 g/\'M POT.3\' TCF), amostras de água sedimentos, peixes e comunidades fitoplanctônica, zooplanctônica e de macroinvertebrados bentônicos foram coletadas nos tempos zero, 5 horas, 1, 2, 5 e 7 dias após as aplicações. Não foram detectados resíduos dos praguicidas em nenhuma das amostras coletadas nos três pesqueiros do município de Socorro, SP. Foram detectados resíduos nos compartimentos e efeitos nos grupos de organismos analisados nos tanques experimentais. O DFB é persistente nos compartimentos água e sedimentos, assim como o PM o qual possui menor persistência. O DDVP não é persistente nestes compartimentos. Houve acúmulo de DFB e PM nos filés de peixes submetidos ao tratamento com Dimilin e Folisuper, respectivamente, em todos os tempos amostrados. Estes valores excederam os limites máximos recomendados para alimentos segundo o Codex Alimentarius. As aplicações dos praguicidas causaram efeitos na composição e densidade das comunidades biológicas os quais variaram em função do produto aplicado e do tempo de exposição. De maneira geral, os macroinvertebrados bentônicos foram mais sensíveis aos organofosforados, enquanto que o zooplâncton foi mais sensível ao DFB. Os cladóceros mostraram alto grau de sensibilidade para todos os praguicidas aplicados. Com relação à comunidade fitoplanctônica, aparentemente os praguicidas causaram efeitos indiretos na composição e densidade deste grupo.