Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Stefani, Manuela Desiderio de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-13052022-110658/
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Resumo: |
O curso do tratamento dos transtornos alimentares (TA) tende a evoluir com minoria dos pacientes atingindo remissão do quadro clínico e mantendo a recuperação ao longo da vida. Fatores de diversas naturezas impactam no prognóstico dessas situações, sem consenso sobre os indicadores mais favoráveis, além da inexistência de dados nacionais sobre essa temática. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi avaliar o perfil dos pacientes com TA atendidos por um serviço especializado e investigar os fatores associados ao desfecho do tratamento. Trata-se de um estudo de natureza transversal, de caráter retrospectivo, descritivo, exploratório com delineamento quantitativo realizado com dados de todos os pacientes com TA que fizeram seguimento pelo Grupo de Assistência em Transtornos Alimentares do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (GRATA-HC-FMRP-USP) desde a sua criação, em 1982, até 2019. Foram coletadas informações, nos prontuários médicos, referentes ao primeiro atendimento, de natureza sociodemográfica, clínica, antropométrica e bioquímica, e o desfecho do tratamento. Os dados foram analisados de forma descritiva pelo programa SPSS versão 22.0. Para verificar a associação entre as variáveis categóricas, foi utilizado o teste Qui-Quadrado ou o teste exato de Fisher; para relacionar as variáveis numéricas, o teste de Kruskal-Wallis e para os testes de regressão logística de Poisson com variância robusta, foi utilizado o R Core Team versão 4.0.1, cujo nível de significância foi de 0.05. Como resultados, foram localizados 271 prontuários elegíveis para a pesquisa, cuja amostra foi predominantemente feminina (89,7%), considerada jovem (21,5±9 anos), solteira (86,9%%), com diagnóstico de anorexia nervosa (AN) (65,7%), seguido por BN (21,4%), que apresentava magreza (56,3%), e com média de Índice de Massa Corporal-IMC no limite mínimo da normalidade (18,5±5,3Kg/m²), com hipercolesterolemia (45,9%), e níveis inadequados de albumina e vitamina C (46,8% e 73,1%, respectivamente). A metade dos indivíduos tinha comorbidades psiquiátricas (50,6%) e 88,5% (n=100) dos 113 prontuários com essa informação, realizaram tratamento anterior. O tempo médio de tratamento foi de 26,8±39,1 meses (1 a 480 meses). O abandono foi o desfecho terapêutico mais prevalente na amostra (68,3%), seguido de alta hospitalar (22,5%). O menor tempo de tratamento e não ter realizado tratamento anterior influenciaram significativamente o abandono (p=0,0001 e p=0,0101, respectivamente). Para aqueles pacientes que foram encaminhados para outros serviços ou receberam alta por não seguirem as orientações (inassistência), houve relação com ferro sérico baixo (p=0,0398) e o diagnóstico de transtorno de personalidade (p=0,0003). Como conclusão, o perfil dos pacientes atendidos pelo serviço representa características sociodemográficas, clinicas e nutricionais da AN. A taxa de abandono foi elevada e os preditores associados a esse desfecho foram o tempo de tratamento e a realização de tratamento anterior para o TA. Espera-se que esses achados possam subsidiar o aprimoramento da prática clínica com a sugestão de alvos terapêuticos específicos na busca de melhor prognóstico para essas graves doenças mentais. |