Impacto da detecção de lesões iniciais e da avaliação da atividade de cárie em dentes decíduos: estudo controlado randomizado (CARDEC-02) com 1 ano de seguimento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Martins, Isabela Floriano Nunes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23132/tde-27112017-121756/
Resumo: Atualmente, acredita-se que detecção de lesões de cárie desde os estágios mais iniciais e a avaliação da atividade de cárie poderiam guiar a escolha da melhor opção de tratamento para o paciente e consequentemente, minimizar custos adicionais em curto e longo prazo. O objetivo desse trabalho foi avaliar como a detecção de lesões de cárie em todos os estágios e a avaliação da atividade de cárie impactam em termos de 1) tempo, custo e desconforto reportado pelo paciente durante o exame das lesões cárie; 2) mudanças esperadas no planejamento do tratamento frente a essa estratégia e 3) necessidades de reintervenção operatória (desfecho primário), impacto na qualidade de vida do paciente e satisfação dos responsáveis. Para este estudo clínico controlado randomizado com grupos paralelos (CARDEC-02, NCT02473107) foram examinadas crianças de 3-6 anos com dentição decídua completa, que buscaram atendimento, em Barueri-SP, exceto as que não podiam ser seguidas ou consentimento/assentimento não foram obtidos. As crianças foram randomizadas, em bloco, por uma sequência gerada de acordo com a estratégia de diagnóstico: GA (detecção apenas das lesões moderadas e avançadas (escores ICDAS 3 a 6), sem avaliação da atividade) e GB (detecção e avaliação da atividade de lesões em todos os estágios de severidade (escores ICDAS 1 a 6)). O plano de tratamento de cada criança foi elaborado e realizado conforme a estratégia. As crianças foram seguidas por 6 e 12 meses. Para o objetivo 1, registrou-se o tempo gasto e os materiais consumidos em cada sessão de diagnóstico de cárie. Para o objetivo 2, as crianças do GA foram examinadas duas vezes (n=130), levando ou não em conta as lesões iniciais e o status de atividade. O tratamento planejado por cada estratégia foi, então, comparado. O impacto no custo do tratamento (por criança) foi estimado, em reais, considerando valores publicados (Schwendicke et al.,2015). Para o objetivo 3, o desfecho primário foi o número de superfícies com necessidades de tratamento operatório (presença de lesões de cárie cavitadas em dentina, substituição de restaurações, tratamento endodôntico e/ou exodontia) durante o acompanhamento de 12 meses. Tempo e custo dos procedimentos, qualidade de vida e satisfação também foram coletados durante o seguimento. Foram incluídos 260 pacientes (idade:4,5±0,9anos, ceo-s:3,8±6,5). 221 crianças foram reavaliadas após 1 ano. Detectar todas as lesões consumiu maior tempo (39s), entretanto isso não causou diferença no custo dos exames. Em análise antes-e-depois, a detecção de lesões iniciais aumentaria em 35% a necessidade de tratamento não-operatório e a avaliação da atividade pouparia o tratamento operatório em 5% dos pacientes. Após um ano, a necessidades de intervenção operatória foi semelhante entre os grupos (GA 2,7±4,7;GB 2,8±5,1; p=0,861), assim como o custo cumulativo/criança decorrente do tratamento resultante de cada estratégia (GA R$213,11±218,48;GB R$223,64±225,72; p=0,702). Ambas as estratégias tiveram resultados semelhantes quanto ao impacto na qualidade de vida do paciente e na satisfação dos responsáveis. Conclui-se, assim, que da detecção inicial e da avaliação da atividade de lesões de cárie em dentes decíduos causam um impacto mínimo após um ano de acompanhamento.