China e instituições internacionais: política externa econômica chinesa e sua atuação no Novo Banco de Desenvolvimento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Costa, Gabriel Santos Ordones
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/101/101131/tde-22082023-152354/
Resumo: A ascensão chinesa como um novo polo de poder no século XXI levou a uma remodelação do cenário político e econômico internacional, ampliando o protagonismo do Sul-Global. A esfera dos bancos multilaterais de desenvolvimento, então monopolizada pelo Norte Global, foi marcada pelo surgimento de instituições financeiras criadas e voltadas ao Sul-Global, como a Iniciativa Belt and Road, o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura e Novo Banco de Desenvolvimento, as quais possuem a China como membro fundador. Entretanto, a participação chinesa suscita preocupações quanto as suas verdadeiras intenções nessas iniciativas, que poderiam ser instrumentos para atingir interesses políticos e econômicos, antes de serem de fato instituições para o desenvolvimento de infraestrutura, propósitos pelos quais essas organizações foram originalmente estabelecidas. Essa preocupação se mostra especialmente relevante no caso do Novo Banco de Desenvolvimento, devido à notável assimetria de poder detida pela China em comparação com os demais membros do BRICS. Assim, a partir de uma análise de sua estrutura, seus mecanismos operacionais e a situação relativa de seus membros, o trabalho procura investigar se o Novo Banco de Desenvolvimento está submetido à autoridade chinesa, sendo utilizado prioritariamente pela nação asiática como uma ferramenta para atingir objetivos nacionais específicos, em detrimento dos propósitos originais que serviram de base a sua formação, como o de desenvolvimento de infraestrutura sustentável nos países emergentes. O estudo foi realizado a partir de uma pesquisa exploratória, tendo como fonte documentos disponibilizados pela própria organização e artigos, livros e relatórios que examinam sua atuação no Sul-Global e sua confluência com os objetivos políticos e econômicos chineses. O trabalho permitiu verificar que a estrutura de governança da organização não permite que a China detenha controle direto sobre o Novo Banco de Desenvolvimento. Alternativamente, o modelo de governança mais equilibrado traz como grande vantagem ao país a construção de uma maior legitimidade a sua presença no cenário econômico internacional.