Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Fernandes, Rafaela Alves |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-13022023-134946/
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Resumo: |
Nas últimas décadas, a memória tem sido uma das preocupações culturais e políticas centrais do Ocidente. Essa afirmação, encontrada em diversos autores, deriva de uma série de aparições do passado em modas e utensílios retrôs, filmes nostálgicos, monumentos, assim como em investidas museais que reencenam a barbárie a fim de comercializar o trauma. No entanto, simultaneamente, diversos artistas têm empreendido um trabalho de perlaboração do passado, na chave da consciência histórica, contrapondo-se à espetacularização e simulação da memória. Essa memória crítica é indiciada na prática de diversos artistas que, desde a década de 1970, tematizam a crise da memória ao relerem a história a contrapelo. Como o historiador que se debruça sobre arquivos e testemunhos para, então, selecionar, organizar e montar o saber sobre o passado, tais artistas se utilizam de procedimentos análogos sempre movidos pela busca de reconstrução das condições de visibilidade e de legibilidade da história. A questão fundamental que se coloca é, portanto, qual o estatuto que a memória, o arquivo e o testemunho adquirem nessa nova arte da memória. Para tanto, esta dissertação propõe-se a analisar uma seleção de obras de Christian Boltanski e Doris Salcedo com vistas a aventar algumas hipóteses. A principal é a de que após séculos de colonialismo, etnicídios, genocídios, ditaduras sangrentas, campos de extermínio e violências políticas sem fim, Boltanski e Salcedo voltam-se para o passado como um arquivo que não cessa de se acumular, mas que carece ser montado e remontado, reescrito e reconfigurado. Ao contrário do que se possa pensar, não cedem espaço a verdades redentoras, mas tornam visível aquilo que permaneceu ocultado ou até mesmo desapareceu, pois tratar de um regime estético da memória implica admitir que o passado nem sempre se apresenta na forma de presenças ou vestígios acessíveis. |