Qualidade de vida de crianças com transtorno de déficit de atenção/hiperatividade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Bilhar, Juliana Cristina Fernandes de Araujo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5141/tde-13062011-123149/
Resumo: O transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) é uma condição neurobiológica que atinge de 3 a 7% da população pediátrica Possui como característica um padrão persistente de desatenção, hiperatividade e/ou impulsividade, mais frequente e grave do que aquele tipicamente observado em indivíduos em nível equivalente de desenvolvimento. O TDAH está associado a prejuízos em vários contextos, incluindo o desempenho acadêmico, comportamento escolar, as relações entre colegas e o funcionamento familiar, influenciando diretamente na qualidade de vida de seus portadores. Este estudo teve como objetivo avaliar a qualidade de vida de crianças com TDAH do tipo combinado, utilizando a escala PedsQLTM. Foram avaliadas crianças com idade de oito a doze anos, comparando com um grupo sem o transtorno e relacionando com a percepção de seus pais e/ou cuidadores. No total 88 crianças participaram do estudo, em todos os casos os respectivos pais e/ou cuidadores também responderam ao questionário de qualidade de vida. Destas 45 pertenciam ao grupo de estudo e 43 ao grupo controle. Não houve diferença estatística entre os grupos nas variáveis: sexo, renda familiar, estado civil dos pais, escolaridade do pai e escolaridade da mãe, demonstrando semelhança em ambos os grupos. Os resultados indicaram que no Autorrelato Infantil o grupo com TDAH apresentou pontuação inferior ao grupo controle em todos os domínios avaliados. A diferença foi significante nos domínios aspecto social (p = 0,010), atividade escolar (p < 0,001), saúde psicossocial (p < 0,001) e qualidade de vida total (p = 0,002). Os domínios capacidade física e aspecto emocional não apresentaram diferença estatística entre os grupos, p = 0,841; p = 0,070, respectivamente. Segundo a percepção dos pais e/ou cuidadores, o grupo com TDAH apresentou pontuação inferior em todos os domínios. Neste caso ocorreu diferença significante em todos os domínios capacidade física (p < 0,001), aspecto emocional (p < 0,001), aspecto social (p < 0,001), atividade escolar (p < 0,001), saúde psicossocial (p < 0,001) e qualidade de vida total (p < 0,001). A relação entre o autorrelato infantil e o relato dos pais indicou que há maior concordância entre o grupo com o TDAH, exceto em atividade escolar. Este dado sugere que tanto a criança com o transtorno quanto o pai tem a percepção quanto à limitação funcional que a doença proporciona. Os pacientes com TDAH apresentaram prejuízo em múltiplos domínios de qualidade de vida, principalmente os relacionados com fatores psicossociais, indicando que as questões comportamentais, sociais e escolares possuem grande interferência no bem-estar destas crianças. A realização de estudos que verifiquem a qualidade de vida em crianças com TDAH na população brasileira é necessária, podendo gerar meios de intervenção mais adequados visando proporcionar e mensurar o alcance destes no bem-estar destas crianças