Influência da inalação de metanol na farmacocinética enantiosseletiva da fluvastatina em ratos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Cardoso, Juciane Lauren Cavalcanti
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/60/60134/tde-15092008-143829/
Resumo: Os enantiômeros de um fármaco administrado como mistura racêmica, podem manifestar diferentes efeitos farmacológicos e toxicológicos. A fluvastatina (FV), um inibidor da HMG-CoA redutase, é comercializada como mistura racêmica dos enantiômeros (-)-3S,5R e (+)-3R,5S (eutômero) e com eliminação no homem essencialmente dependente do CYP2C9. O metanol, amplamente usado como solvente, combustível e em processos de sínteses, é um inibidor do CYP2C9 em humanos. Diante do exposto, o estudo visou avaliar a influência do metanol na farmacocinética enantiosseletiva da fluvastatina administrada sob forma racêmica a ratos. Foram investigados ratos machos Wistar tratados com dose única de 5 mg/kg de fluvastatina racêmica administrada por gavagem. Os animais foram divididos em três grupos: controle e expostos a metanol em concentrações de 262 mg/m3 e 1048 mg/m3. A exposição ao metanol foi feita em câmara de exposição do tipo apenas pelo nariz, em sessões consecutivas de 6 horas com intervalos de 2 horas, durante o período de 30 horas de coletas seriadas de sangue. Os enantiômeros da FV foram analisados em HPLC com amostrador automático e detecção por fluorescência, operando em 305 nm para excitação e 390 nm para emissão. A análise farmacocinética foi realizada por modelo bicompartimental e cinética de primeira ordem. Os resultados são reportados como medianas, médias e respectivos intevalos de confiança (95%). A farmacocinética da fluvastatina é enantiosseletiva em ratos do grupo controle com acúmulo plasmático do enantiômero (-)-3S,5R, com AUC0-? (2,97 vs 0,99 ?g.h.mL-1), volume de distribuição (9,80 vs 44,60 L.kg-1) e clearance aparente (0,85 vs 2,52 L.h-1.kg-1). A disposição cinética da fluvastatina nos animais do grupo metanol 262 mg/m3, à semelhança do grupo controle foi enantiosseletiva com observação de acúmulo plasmático do enantiômero (-)-3S,5R. Não foram observadas diferenças nas razões enantioméricas entre os animais do grupo controle e metanol 262 mg/m3. As diferenças para o eutômero (+)-3R,5S entre os grupos controle e metanol (1048 mg/m3) foram respectivamente: Cl/F 2.52 (1.64- 3.40) vs 1.51 (1.01-2.06) L.h-1.Kg-1; Vd/F 44.60 (19.20-55.49) vs 10.45 (7.20-15.96) L.Kg-1; t1/2? 10.85 (5.92-14,47) vs 5.23 (4.22-6.27) h; ? 0.06 (0.04-0.11) 0.13 (0.10- 0.16)h-1, AUC 0-? 991.79 (689.57-1491.00) vs 1647.20 (1155.30-2391.60) ng.h.mL-1,e AUC(-)/AUC(+) 2.50 (2.03-4.06) vs 1.22 (0.96-1.56). Em resumo, os dados evidenciam que a exposição ao metanol (1048 mg/m3) resulta em perda da enantiosseletividade com inibição do metabolismo somente do eutômero (+)-3R,5S, alterando portanto de maneira enantiosseletiva a disposição cinética da FV administrada a ratos.