Cadernos-diários de Anita Malfatti - uma trajetória desenhada em Paris

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Valin, Roberta Paredes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/31/31131/tde-01102015-174251/
Resumo: Este trabalho tem por objetivo analisar os cadernos de desenho da artista brasileira Anita Malfatti que remetem à sua estadia em Paris, entre 1923 e 1928, pelo Pensionato Artístico de São Paulo, todos salvaguardados pelo Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo. A partir do mergulho nas muitas páginas desenhadas do universo íntimo da criação da artista, outros objetivos puderam ser alcançados. Primeiramente, a pesquisa retomou o debate acerca dos rumos da produção de Anita Malfatti pós 1917, compreendendo esse período como uma espécie de laboratório experimental sob a luz de um \"particular Retorno à Ordem\", que antecede o que faria anos mais tarde em Paris. Em seguida, a pesquisa buscou reconstruir a trajetória da artista na capital francesa, recuperando sua passagem pelas academias e ateliês de arte, percurso esse fundamental para compreender sua produção pictórica no período em questão. Não obstante, uma análise mais aprofundada, no que aqui definimos como seus cadernos-diários da criação, possibilitou compreender suas principais obras, especificamente, A Mulher do Pará, La rentreé, Puritas e Ressurreição de Lázaro, a partir do diálogo com os esboços das próprias neles presentes. No que concerne à tela Ressurreição de Lázaro, a pesquisa reconstruiu seu trajeto de criação através da articulação de uma documentação de cunho pessoal, não só os cadernos de desenho, objeto de estudo desse trabalho, como sua correspondência com o escritor Mário de Andrade, e uma série de fotografias de pinturas célebres italianas tiradas pela própria artista, importantes referências do Trecento e Quattrocento italianos para o seu trabalho em Paris. Essa obra, contudo, por ser vista como obra-tese para o final do estágio, ganha um espaço importante nesse trabalho, uma vez que é definida como seu grande projeto pictórico, cujo início se dá ainda no primeiro ano em que a artista por lá esteve e sua finalização no mesmo ano de seu retorno ao Brasil. Deste modo, trata-se de uma pesquisa que busca compreender as obras da década de 1920 da artista à luz do seu processo de criação, cujos registros testemunham o percurso complexo do vir a ser das pinturas em que a artista dialoga conscientemente com a vanguarda e a tradição.