Imunização parenteral e de mucosas com Vesículas de Membrana Externa de Neisseria meningitidis do sorogrupo C visando reatividade com sorogrupo W em camundongos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Portilho, Amanda Izeli
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/87/87131/tde-08122022-115959/
Resumo: A doença meningocócica invasiva (DMI), provocada por Neisseria meningitidis, ocorre globalmente, contudo, regiões em desenvolvimento sofrem os maiores impactos da doença. No Brasil, os principais sorogrupos isolados são B e C, e observa-se a emergência do sorogrupo W. Esse trabalho propõe o estudo, em camundongos, da imunização com vesículas de membrana externa (OMVs) de cepa brasileira de N. meningitidis C que apresenta as proteínas porinas 2a e P1.5, comuns ao sorogrupo W; sendo as cepas utilizadas para o estudo classificadas como C:2a:P1.5 e W:2a:P1.5,2. Fêmeas adultas, da linhagem A/Sn (H2a), foram imunizadas por sistema prime-booster utilizando 4 doses intranasais (IN) e reforço intramuscular (IM) com OMVs associadas à toxina colérica subunidade B (TCB) ou por sistema de duas doses IM com OMVs associadas ao hidróxido de alumínio (HA). Os animais foram acompanhados até que fossem idosos. A resposta imune foi avaliada por ELISA, Immunoblotting, Dot-blot, Imunohistoquímica e ELISpot. Os adjuvantes contribuíram para indução de maiores títulos de anticorpos. OMV+TCB induziu títulos de anticorpos estatisticamente superiores ao controle pré-imune após as 4 doses IN e manteve superioridade em todas as faixas etárias. OMV+HA alcançou diferença estatística em relação ao controle após a dose de reforço e manteve a diferença até a meia-idade. Todos os grupos apresentaram IgG de índice de avidez elevado, independente do uso de adjuvantes. A razão IgG1/IgG2a foi intermediária em grupos imunizados com OMVs sozinhas e alta em grupos imunizados com OMVs associadas a adjuvantes. Os anticorpos reconheceram antígenos de pesos moleculares atribuídos à Porina A, importante para proteção específica contra a cepa de imunização, à Adesina A de Neisseria e à Proteína de ligação à transferrina, importantes para reatividade cruzada com cepas diferentes. Os anticorpos reconheceram antígenos da cepa heteróloga W:2a:P1.5,2, além de cepas representativas da circulação dos sorogrupos B, C e Y no Brasil. A caracterização celular dos baços, feita pelos marcadores anti-CD68, anti-CD4, anti-CD79 e anti-CD25, não apontou diferenças entre os camundongos idosos e indivíduo adulto. Também não se observou diferenças na população celular de grupos imunes e controles, porém, esplenócitos dos camundongos imunes, idosos, produziram IL-4 e IL-17 quando estimulados com as OMVs e com o polissacarídeo capsular C de meningococo. Por fim, concluiu-se que o uso de adjuvantes e a administração de doses de reforço favoreceram a elevação dos títulos de anticorpos e sua manutenção por períodos maiores; estimulou a diferenciação da resposta imune em perfil Th2; levou ao reconhecimento de mais antígenos e à secreção de maiores quantidades de citocinas.