Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
Perez, Cassiana Purcino |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41134/tde-21052009-170024/
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Resumo: |
A região de Lagoa Santa, em Minas Gerais, tem um papel importantíssimo nos estudos paleontológicos e arqueológicos brasileiro. A compreensão da evolução paisagística regional durante todo o Holoceno é crucial para avançarmos nas questões levantadas a mais de 150 anos por Peter Lund. Apesar de décadas de intensa pesquisa relacionada às mudanças ambientais ocorridas durante o Quaternário Brasileiro, no entanto, a falta de precisão no controle cronológico e na resolução temporal dos estudos paleoambientais têm causado dificuldades no estabelecimento da paisagem presente e sua evolução nos últimos 10.000 anos. O estabelecimento de um quadro paleoecológico para a região de Lagoa Santa é fundamental para a compreensão do desenvolvimento e da organização das primeiras sociedades caçadoras-coletoras do continente. Dado esse cenário, o principal objetivo do presente estudo foi reconstituir as mudanças paleoambientais ocorridas na região de Lagoa Santa durante o Holoceno, baseado na paleoecologia da comunidade de mamíferos viventes de dois conjuntos fossilíferos. Como objetivo secundário, foi avaliada a influência dos processos tafonômicos pré- e pós-deposicionais na interpretação do ambiente pretérito a partir do registro faunístico fóssil. Os dados foram obtidos a partir dos conjuntos fósseis de um sítio paleontológico (Gruta Cuvieri) e um sítio arqueológico (Lapa do Santo), ambos na região de Lagoa Santa. A reconstrução paleoambiental baseou-se na variação da abundância relativa dos principais taxa de mamíferos presentes no registro fóssil de ambos os sítios, utilizando como unidades analíticas o NISP (number of identifiable specimen) e o MNI (minimum number of individuals). Os processos tafonômicos pré-deposicionais foram analisados qualitativamente, enquanto os processos pós-deposicionais foram analisados quantitativamente através do grau de fragmentação dos elementos ósseos, utilizando a abundância relativa de elementos esqueletais completos (WSE whole skeletal elements) em 3 relação ao NISP, para cada táxon. Os processos tafonômicos responsáveis pela formação dos sítios estudados, não mostraram afetar a análise paleoambiental realizada neste trabalho. Os resultados paleoambientais indicaram que a abundância relativa do NISP dos taxa analisados foi diretamente afetada pelo grau de fragmentação, sugerindo ser o NISP uma unidade analítica a ser evitada nos estudos de reconstituição paleoambiental. Em contra partida, a análise da variação de abundância relativa utilizando o MNI não foi afetada pelo grau de fragmentação dos elementos ósseos. Pelos resultados obtidos vê-se que a utilização da unidade analítica MNI é mais apropriada para estudos paleoambientais realizados a partir da variação de abundância de restos ósseos de mamíferos. A análise paleoambiental, utilizando o MNI, evidenciou um clima homogêneo na região durante o Holoceno Inicial e o Holoceno Médio, com incremento da umidade durante o Holoceno Tardio. |