Condão caipira: produção e recepção do cinema de Amácio Mazzaropi

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Monteiro, Guilherme Seto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-15052013-085055/
Resumo: Esta dissertação consiste em uma investigação sociológica do cinema de Amácio Mazzaropi (1912-1981). Para realizá-la, foram estabelecidos alguns passos. Primeiramente, procurei reconstituir a trajetória social e a formação artística de Mazzaropi, figura de origens sociais desprivilegiadas, migrante, com passagens por teatro popular, rádio, televisão e cinema. Em um momento decisivo de implantação da indústria cultural no Brasil, entre as décadas de 1940 e 1980, com a importação de tecnologias, profissionais e linguagens dos centros estrangeiros, ele apresentou as credenciais necessárias para constituir-se em figura de destaque na estruturação da indústria cultural nacional. Em seguida, por meio de um exercício de reconstituição das condições do campo cinematográfico brasileiro de 1950 a 1980, procurei encontrar os fundamentos da formação dos juízos críticos relativos à filmografia de Mazzaropi. Seu cinema popular-massivo, composto por uma hibridação de elementos da cultura popular regional e da cultura de massa, não teria aceitação entre os agrupamentos críticos estabelecidos de seu tempo (independentes, esteticistas, cinemanovistas, marginais, entre outros), interessados em projetos políticos e estéticos distintos para o país, que vivia os intensos anos do nacional-desenvolvimentismo. Na sequência, proponho uma análise de diferentes momentos da filmografia de Mazzaropi, interessado em identificar as escolhas estéticas (formais, narrativas, conteudísticas) que estariam na base de um estilo particular de se fazer cinema. Para além do estigma da redundância que envolve os filmes do cineasta, acredito ser possível encontrar variações significativas ao longo do tempo em sua obra, possivelmente relacionadas às mudanças históricas vivenciadas por ele e as frações de público que lhe eram leais naquele momento. E por fim, procurei fornecer uma contribuição ao entendimento do notório sucesso de público do cineasta durante todos seus anos de atividade. Lotando anualmente as salas de cinema, ele fazia com que os críticos replicassem na mesma toada os questionamentos em relação às motivações de seus espectadores. Por meio de depoimentos colhidos de idosos que assistiram a seus filmes naqueles anos, esbocei algumas interpretações possíveis, tendo em vista a compreensão da relação particular que o cineasta teria estabelecido com seu devotado público.