Avaliação da eficácia de ceftriaxona em camundongos infectados experimentalmente por amostras de Klebsiella pneumoniae produtoras ou não de beta-lactamase de espectro estendido

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Afonso, Adriana de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-17052024-145059/
Resumo: As β-lactamases de espectro estendido (ESBL) são enzimas capazes de hidrolizar penicilinas, cefalosporinas de amplo espectro e aztreonam, sendo uma das causas mais comuns de resistência bacteriana aos agentes antimicrobianos B-lactâmicos. Este mecanismo de resistência é mais comumente encontrado em bacilos Gram-negativos, como Klebsiella pneumoniae, associando-se com infecção hospitalar. As cefalosporinas, associadas ou não a aminoglicosídeos, são opções terapêuticas em infecções graves provocadas por Klebsiella sp, recomendando-se evitá-las quando a amostra bacteriana é produtora de ESBL, ainda que mostre sensibilidade in vitro a qualquer droga desse grupo de antimicrobianos. Porém, alguns relatos têm mostrado que infecções provocadas por amostras produtoras de ESBL, sensíveis in vitro a uma determinada cefalosporina, quando tratadas por este agente podem responder a terapêutica, com conseqüente cura clínica. Os modelos de infecção experimental são métodos úteis para o estudo da atividade in vivo de antimicrobianos. O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficácia de uma cefalosporina de terceira geração - ceftriaxona - em modelo murino de infecção por Klebsiella pneumoniae produtora ou não de beta-lactamase de espectro estendido. Para isso, utilizamos 8 amostras bacterianas de K. pneumoniae, 4 produtoras de ESBL, 2 resistentes, uma com sensibilidade plena e uma com sensibilidade intermediária a ceftriaxona in vitro e 4 não-produtoras de ESBL, todas sensíveis à ceftriaxona in vitro. Suspensões bacterianas de concentração 0,8 a 8x108 UFC/0,1ml foram inoculadas por via endovenosa em camundongos Swiss machos, previamente tratados com betametasona. Os animais receberam ceftriaxona por via intraperitonial, 1 ou 2 doses de 50mg/Kg de peso ou 1 a 3 doses de 100mg/Kg de peso e foram observados durante 7 dias. Para a avaliação da eficácia do tratamento os grupos foram analisados por meio de curva de sobrevida e por determinação do número de Unidades Formadoras de Colônias (UFC) no fígado e baço. Os animais infectados pelas amostras de K. pneumoniae não-produtoras de ESBL e sensíveis à ceftriaxona tiveram redução das contagens bacterianas nos tecidos e aumento na sobrevida quando tratados com esta cefalosporina. Nos animais infectados por amostras produtoras de ESBL, a atuação de ceftriaxona foi variável: amostras resistentes in vitro ao antibiótico - ausência de eficácia ou controle parcial da infecção; e amostras com sensibilidade plena ou intermediária ao antibiótico - controle parcial da infecção. O efeito antimicrobiano foi dependente do número de doses e da concentração de ceftriaxona, quer nos animais infectados por amostras produtoras, como por não-produtoras de ESBL. Concluiu-se que ceftriaxona pode ter efeito antimicrobiano in vivo nas infecções por K. pneumoniae produtoras de ESBL, principalmente, se a amostra bacteriana for sensível no teste de susceptibilidade in vitro, na dependência da dose administrada.