O processo de transformação do território no noroeste do Paraná e a construção das novas territorialidades camponesas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Haracenko, Adélia Aparecida de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-28012008-114211/
Resumo: O objetivo do nosso esforço analítico neste trabalho de pesquisa incide na compreensão do processo de transformação de uma fração do território, iniciando pela análise do território original indígena até chegar ao desvendamento das novas territorialidades camponesas resultantes as da atuação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST. É esta questão que norteia a presente pesquisa, cujo recorte geográfico é o Noroeste do Paraná, uma fração desse Estado que teve um rápido processo de transformação territorial num curto espaço de tempo. Para compreendermos esta metamorfose partimos do pressuposto de que a lógica da construção do território é uma unidade dialética em que simultaneamente ocorrem a construção, a destruição, a manutenção e, evidentemente, a transformação. Nesse contexto, procuramos desvendar tal processo através da identificação de três momentos históricos: o do território original indígena, o do advento da formação da propriedade privada, com o desenvolvimento da colonização, e por fim, o da construção das novas territorialidades camponesas, objeto da tese. Sendo assim, a análise das evidências para compreendermos o processo de transformação do território está desenvolvida da maneira a seguir descrita. Após a introdução, no primeiro capítulo, expomos os caminhos de construção da investigação, identificando o recorte geográfico em que ela ocorre e apresentando a reflexão teóricometodológica e os conceitos que sustentam esta pesquisa. No segundo capítulo, somando-nos às pesquisas dos estudiosos que tratam da questão indígena no Norte do Paraná, procuramos, da mesma maneira contribuir para a desmistificação do discurso hegemônico do \"vazio demográfico\" implantado nesta região no período em que estava sendo colonizada e mostrar que a região estudada, até um passado recente que coincide com o período da colonização, tinha como seus primeiros habitantes a população autóctone, sendo, portanto, território original dos povos indígenas. No terceiro capítulo, procuramos compreender, utilizando entrevistas com fontes orais, o desenvolvimento do processo de colonização que se inicia nos primórdios da década de 1950. Paralelamente à colonização, destacamos, igualmente os acontecimentos que envolvem os conflitos pela posse da terra na região. Por fim, no quarto capítulo o trabalho demonstra que após a fase de ocupação efetuada através da colonização, a partir de meados da década de 1980, ocorre uma nova forma de ocupação do território, desenvolvida pelo MST, a qual vai influenciar diretamente a construção das novas territorialidades camponesas, através das desapropriações dos grandes latifúndios improdutivos e imissão de posse aos camponeses.