Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Carvalho, Eloisa Sassa |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-12122023-132309/
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: A síndrome de Down representa uma condição de risco para a instalação e progressão rápida de anormalidades vasculares pulmonares. A inflamação tem um papel primordial no remodelamento vascular pulmonar que acompanha esta condição. Assim sendo, torna-se crítico para a programação do manejo pós-operatório determinar se portadores de síndrome de Down são predispostos à instabilidade vascular pulmonar, o que implicaria na intensificação das medidas preventivas de circunstâncias predisponentes. Este estudo teve por objetivo analisar o comportamento hemodinâmico pós-operatório em portadores da síndrome de Down submetidos ao tratamento cirúrgico de defeitos septais cardíacos, comparativamente a indivíduos não sindrômicos. Além disso, identificar preditores de alterações hemodinâmicas e clínicas pós-operatórias, analisar o papel da resposta inflamatória sistêmica e identificar preditores de hemodinâmica pulmonar persistentemente alterada após a alta hospitalar. METODOS: Estudo de coorte, prospectivo, longitudinal em curto prazo, envolvendo a comparação entre grupos. Aprovado pela Comissão de Ética para Análise de Projetos de Pesquisa CAPPesq (4780/18/131). A coleta de dados foi realizada de 2016 a 2021. Foram incluídos pacientes com idade de até 3 anos, considerados aptos para o tratamento cirúrgico eletivo de defeitos septais cardíacos não restritivos e fisiologia biventricular. Os dados ecocardiográficos foram obtidos como parte da avaliação inicial no período pré-operatório e seis meses após a alta hospitalar. A resposta inflamatória foi analisada através de alíquotas de soro 36 citocinas, quimiocinas e moléculas relacionadas na condição basal, quatro horas e 24 horas após o término da circulação extracorpórea. Como desfechos, no pós-operatório imediato, o comportamento hemodinâmico foi analisado através análise de curvas de pressão arterial; e, após a alta hospitalar aos seis meses a pressão pulmonar foi analisada através da ecocardiografia transtorácica. RESULTADOS: Foram incluídos 60 pacientes submetidos a cirurgia cardíaca, com alta prevalência de síndrome de Down (65%). Os valores da saturação periférica de oxigênio inicial inferior a 95% só foram encontrados em pacientes sindrômicos nesta casuística. O nível pré-operatório de saturação de oxigênio foi o melhor preditor do comportamento vascular pulmonar pós-operatório. Assim sendo, a situação representada pela presença da síndrome de Down e saturação basal de oxigênio abaixo de 95%, foi caracterizada como a condição de maior rico para a elevação da pressão pulmonar em relação à sistêmica após a cirurgia (p=0,04). Na situação pré-operatória, as frações C5/C5a do complemento, apresentaram maior concentração sérica nos indivíduos sindrômicos com saturação de oxigênio inicial inferior a 95% (p=0,011). Na condição pós-operatória, as proteínas IL-6, IP-10 e SDF-1 tiveram aumento mais expressivo entre os sindrômicos com menor saturação de oxigênio inicial. O risco de permanência de hemodinâmica pulmonar alterada seis meses após a alta para pacientes com pressão arterial pulmonar em relação à sistêmica no pós-operatório imediato, acima de 0,40 foi 6,97 (razão de chances) com I.C. de 95% 1,97 a 24,62 (p = 0,003). CONCLUSOES: A presença da síndrome de Down, desprovida de qualificadores, não constituiu um determinante da elevação da pressão arterial pulmonar após a cirurgia corretiva. A saturação periférica de basal oxigênio foi um forte preditor do comportamento hemodinâmico pós-operatório e identificou um subgrupo de maior risco para as alterações hemodinâmicas e diferenciais de resposta inflamatória após a circulação extracorpórea. O perfil hemodinâmico logo após a correção do defeito cardíaco foi um preditor de eventos clínicos na unidade de cuidados intensivos e de persistência da pressão arterial pulmonar elevada seis meses após a cirurgia, sendo a síndrome de Down um segundo elemento de risco nessa predição |