Marca-país como entidade semiótica: a construção simbólica da Marca Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Cury, Maria Cecília Andreucci
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27153/tde-29062015-150037/
Resumo: A complexidade simbólica de um país está relacionada com diferentes aspectos socioculturais que se imbricam, influenciam-se, potencializam-se e parametrizam-se, uns aos outros. A tese apresenta os resultados da investigação da imagem da Marca Brasil, de 2013 a 2014, amparada pelos estudos da teoria social da mídia, identidade cultural, consumo simbólico, semiótica peirceana e análise de discurso (AD). A noção de país, em geral, imediatamente associada a uma acepção geográfica, pode abarcar uma inextricabilidade de sentidos. Outras noções importantes estão também intimamente ligadas a ela, tais como Estado, pátria, soberania e nacionalidade. Por outro lado, a \'marca\', como aqui compreendida, vislumbra o Brasil como uma instância enunciativa, uma conexão simbólica e afetiva estabelecida entre a sua materialidade (tangível e discursiva) e seus interlocutores. É a partir das suas manifestações, sistema de interface entre uma marca e seu público, que ela cria um sentido em sua audiência. Inclui-se aí toda a esfera da comunicação publicitária, jornalística, e todos os seus pontos de contato. A identidade de uma nação é alicerçada nas narrativas da história (um ato também comunicacional), da literatura, da mídia, do consumo e da publicidade, que têm sido cada vez mais permeadas por fluxos globalizados, materiais e simbólicos. Assim, a Marca Brasil está presente na memória e ancorada no conjunto das sensações e saberes de cada um a respeito do Brasil. Na medida em que o ambiente caminha cada vez mais para um contexto tríplice hiper: hiperconexão, hiperconvergência e hipermodernidade, os meios de comunicação assumem um inevitável papel-chave no processo de concepção dos sentidos, assim como da estereotipia dos países. A Copa do Mundo de 2014 e o contexto político do Brasil no período intensificaram a sua visibilidade midiática internacional e o processo de significação da Marca Brasil no exterior. Compreendendo que o campo dos media jornalístico e publicitário contribuem na legitimação da imagem identitária da nação, essa pesquisa monitorou, catalogou e categorizou mais de 400 menções sobre o país na imprensa internacional - The Economist (Inglaterra), Der Spiegel (Alemanha), Time (E.U.A), La Noticia de la Semana (Argentina), The Huffington Post (E.U.A, digital) -, buscando compreender os efeitos de sentido que circulam na materialidade discursiva desse corpus. Paralelamente, as peças publicitárias da Marca Brasil, veiculadas no exterior, também tiveram seu potencial simbólico estudado, o que foi colocado em contraposição aos discursos da imprensa. Dessa análise, pudemos apreender o discurso pessimista do jornalismo internacional, pautado pela mídia brasileira, em contraste ao ufanismo simbólico da Marca Brasil, ambos amparados em estereótipos dessa nacionalidade. Complementarmente, buscamos apreender a percepção nacional, diante de tais acontecimentos e dos esforços do Estado para valorizar sua marca-país. Uma sondagem quantitativa, em âmbito nacional, representativa da população brasileira com 16 anos ou mais, indicou que, se por um lado a realização da Copa 2014 polarizou as opiniões dos brasileiros, por outro demonstrou que os Jogos Olímpicos de 2016 apresentam um consentimento social bem mais amplo.