Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Pera, Thiago Guilherme |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-08042022-162357/
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Resumo: |
A preocupação da sociedade de incorporar práticas mais sustentáveis nas cadeias de suprimentos pressiona a logística a adotar novas abordagens. A logística verde preenche esta lacuna ao estudar e propor mecanismos de redução dos efeitos ambientais das diversas atividades logísticas, de forma que o desempenho econômico não seja o principal desejo. O objetivo desta pesquisa é avaliar os efeitos das mudanças tecnológicas e de infraestrutura do transporte para fomentar uma logística verde para a soja brasileira no longo prazo (2020-2050), de forma a recomendar políticas públicas e privadas para que o país possa contribuir com a descarbonização do setor, redução de custos logísticos e consequentemente aumento da competitividade do agronegócio. O método proposto consistiu em formular um modelo matemático de otimização multiobjetivo de fluxos em rede multimodal e multiperíodo para avaliar diferentes impactos de mudanças tecnológicas e infraestruturais nas variáveis de custos, emissões de dióxido de carbono (CO2), perdas nas atividades logísticas, demanda de combustíveis (óleo diesel e combustível), demanda de caminhões e intensidade dos diferentes modos de transporte (rodoviário, ferroviário, hidroviário e marítimo). O primeiro conjunto de resultados apresenta as estimativas das elasticidades dos parâmetros do modelo nas variáveis de interesse, identificando que a demanda de soja da Ásia, por exemplo, gera efeitos elásticos nos custos, emissões de CO2, demanda de caminhões e demanda de combustíveis. Outro conjunto de resultados gerou as soluções eficientes da minimização do biobjetivo de emissões de CO2 e de custos logísticos (custos das perdas internalizados ao custo de transporte) para gerar a Fronteira de Pareto em diferentes cenários de mudanças tecnológicas e infraestruturais no horizonte temporal 2030-2050, de forma a identificar os efeitos dos choques nas variáveis de interesse, em relação ao cenário sem progresso tecnológico. Para um mesmo nível de tecnologia e infraestrutura, observa-se o trade-off entre os custos logísticos e as emissões de CO2, entretanto as mudanças no transporte provocam deslocamento das Fronteiras de Pareto para soluções que permitem reduzir simultaneamente os custos e as emissões. O melhor cenário tecnológico e infraestrutural, que deslocou a Fronteira de Pareto com soluções dominantes, aponta os caminhos para o país promover a logística verde, envolvendo melhorias nos tempos de carregamento e descarregamento dos caminhões, aumento da eficiência energética dos caminhões e trens, expansão da infraestrutura ferroviária e hidroviária existente, inclusão de novas ferrovias e substituição dos navios típicos, Panamax, para navios maiores do tipo Capesize. Tais mudanças reduzem os custos em 28%, as emissões de CO2 em 32%, a demanda de caminhões em 43%, a demanda de óleo diesel em 43%, a demanda de óleo combustível em 28%, a intensidade do transporte rodoviário em 37,4% e a demanda hidroviária em 5,2%, enquanto as perdas aumentam em 7,6% e a intensidade do transporte ferroviário em 90,9%, em relação ao cenário sem progresso tecnológico. As conclusões indicam que há oportunidades para o Brasil promover a logística verde no longo prazo, em função das diversas soluções do tipo ganha-ganha. |