Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Ferreira, Fernanda Marçal |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/83/83131/tde-14102024-153948/
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Resumo: |
A organização da assistência na conformação de rede de cuidados à saúde, que tem sido direcionada pela Rede Cegonha no âmbito da saúde materna e infantil, tem como objetivo proporcionar melhores acesso, cobertura e qualidade dos serviços ofertados à população. O presente estudo tem como objetivo avaliar essa rede de atenção à saúde materno-infantil com base na relação entre a adequação do pré-natal e a demanda de atendimentos em serviços de urgências e emergências obstétricas. O estudo foi conduzido no município de São Paulo, envolvendo seis unidades básicas de saúde (UBS) e uma unidade de pronto atendimento obstétrico da rede pública, no período de fevereiro de 2017 a março de 2020. Foi empregado um delineamento observacional analítico, longitudinal prospectivo, utilizando abordagem quantitativa. A amostra foi composta pela população de mulheres grávidas, independentemente da idade materna, idade e trimestre gestacional, que realizaram acompanhamento de pré-natal nas UBS. As participantes foram acompanhadas desde a abertura do pré-natal até o término da gestação por contatos telefônicos e por aplicativo, além de contatos presenciais nas unidades de atendimento. As informações coletadas por meio de um formulário estruturado foram inseridas em um banco de dados analisado pelo programa IBM® SPSS® Statistics, versão 25. Foram realizadas análise estatística descritiva, bivariada não ajustada e multivariada ajustada, considerando nível de significância alfa () igual a 0,05 (intervalo de confiança de 95%). O estudo teve aprovação ética nos comitês pertinentes às instituições envolvidas na pesquisa. Foram investigadas 224 mulheres, do início do seguimento gestacional até o desfecho da gravidez, que tinham em média 25,9 anos de idade, variando de 14 a 41 anos, sendo que 12,5% delas tinham 18 anos ou menos. A maioria das participantes declarou cor da pele preta ou parda (73,7%) e era casada ou vivia uma parceria em união estável (75,4%). A média mensal da renda familiar foi de R$1.932,46 (desvio padrão de R$1.429,97), sendo que 30,9% das famílias viviam com R$1.000,00 ou menos. A maioria (56,7%) das mulheres não exercia atividade remunerada e a média de anos de estudo formal sem repetição foi de 9,9 anos, equivalendo ao ensino fundamental completo. A história clínica revelou que 70,1% das mulheres iniciaram o pré-natal com gestação de baixo risco. O pré-natal global foi adequado para 42,4% das participantes. Foram verificados 1.067 atendimentos em serviço hospitalar, com média de 4,75 atendimentos por gestante, e o atendimento em pronto-socorro obstétrico resultou em internação hospitalar em 21% dos casos. A variável adequação do pré-natal foi estatisticamente relevante na regressão (p 0,043) com razão de chance (OR) 2,2 vezes maior de as mulheres que tiveram um acompanhamento inadequado no pré-natal buscarem o serviço hospitalar de forma inoportuna. Os resultados encontrados no presente estudo permitem concluir que, para o grupo investigado, a inadequação do acompanhamento pré-natal teve relação com a procura inoportuna nos atendimentos em pronto-socorro obstétrico, com prejuízos para a rede de atenção à saúde materno-infantil, uma vez que isso sobrecarrega um ponto de atenção da rede assistencial com uma demanda que poderia ser solucionada em outro âmbito de cuidado. |