Avaliação da atividade anti-Leishmania (Leishmania) infantum chagasi de compostos fenólicos em hamster dourado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Nunes, Juliana Barbosa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-07122021-121034/
Resumo: A leishmaniose visceral é uma doença crônica, sistêmica e que quando não tratada, pode levar a óbito em um grande número de casos. A terapia disponível se baseia no uso de antimoniais pentavalentes, que são utilizados há mais de 50 anos e que apresentam casos de falhas no tratamento em alguns países. A busca por novas substâncias que se enquadrem nos padrões de segurança, é considerada como prioridade para o tratamento da doença. Assim, buscou-se avaliar a atividade anti-Leishmania utilizando os compostos 2-Hidroxi-4-O-(3,3-dimetil)-alilbenzofenona (HDAB) e galato de etila (GE) isolados e em combinação no contexto in vitro, e in vivo no modelo hamster dourado, infectados com formas promastigotas e amastigotas de Leishmania (L.) infantum chagasi. Além da avaliação farmacocinética dos compostos isolados e em associação em animais não infectados. Foram analisadas às respostas ao tratamento in vitro em promastigotas e amastigotas desta espécie, assim como a citotoxicidade celular; no tratamento in vivo pela quantificação da carga parasitária pela qPCR no baço e fígado; análise da resposta imune pela expressão de citocinas por qPCR no baço e fígado; avaliação histopatológica de baço, fígado, rim, pulmão e coração; avaliação da toxicidade por ensaios bioquímicos de função renal e hepática; análise de focos de criptas aberrantes (FCA) em cólon; pesquisa de micronúcleos em medula óssea; bem como avaliar a biodisponibilidade dos compostos no plasma dos animais por meio de ensaios farmacocinéticos. Os ensaios in vitro demonstram que os compostos apresentaram atividade em promastigotas, com concentração efetiva 50% (CE50) de 33,38 g/mL para o HDAB e de 41,35 para o GE. Nas terapias de combinação em formas promastigotas, a somatória da média da concentração inibitória fracionária (CIF) foi de 1,67. Testes em amastigotas mostram CE50 de 9,78g/mL para o HDAB e 8,83g/mL para o GE. A citotoxicidade em macrófagos de hamsters CC50 de 70,29g/mL para o HDAB e de 67,68g/mL para o GE. Nas análises farmacocinéticas pode-se observar uma maior disponibilidade plasmática do GE quando combinado ao HDAB do que isoladamente; contudo não houve diferença na biodisponibilidade do HDAB isolado ou em associação. Nos experimentos in vivo, sobre a carga parasitária em infecção com formas promastigotas, observou-se redução significativa entre o tratamento com Glucantime® e o grupo não tratado (p < 0,01), tanto em baço e fígado. Já em infecção com amastigotas houve redução da carga parasitária na combinação 75/25 comparado ao grupo não tratado (p < 0,01) em baço e fígado, sendo que para o Glucantime® ocorreu apenas no fígado (p < 0,01). No estudo histopatológico observou-se um processo inflamatório mais intenso nos grupos infectados com amastigotas em baço e fígado, sendo que o grupo 75/25 foi o que apresentou redução desse processo inflamatório no baço. Nos ensaios bioquímicos, apenas o grupo Glucantime® infectado com promastigotas apresentou aumento na produção de fosfatase alcalina. Não foi observada toxicidade dos compostos nos experimentos na produção de FCA e micronúcleos. Dessa forma, observamos que a combinação dos compostos (75/25) foi capaz de reduzir a carga parasitária em baço e fígado em animais infectados com formas amastigotas e diminuiu o processo inflamatório no baço. Os compostos não apresentaram nenhum tipo de toxicidade e foi possível realizar a farmacocinética para a quantificação dos compostos no plasma, utilizando o hamster como modelo animal