\"O que era preto se tornou vermelho\": representação, identidade e autoria negra na imprensa do século XIX por Luiz Gama

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Gomes, Cinthia Maria do Carmo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27152/tde-23082021-124606/
Resumo: Personagem central da História da Imprensa no Brasil, Luiz Gama inscreveu seu nome entre os pioneiros da comunicação. Fundador do primeiro jornal ilustrado da cidade de São Paulo - Diabo Coxo, em 1864 - e colaborador regular de diversos outros, o abolicionista negro também teve artigos reproduzidos nos jornais da Corte. Esta dissertação analisa de que forma um novo lugar de voz na escrita produzida no Brasil na segunda metade do século XIX inaugura uma autoria negra, observada na obra de Luiz Gama na Literatura e no Jornalismo, e modifica a representação do sujeito negro na mídia. Seu discurso busca promover uma mudança no imaginário social, desnaturalizando a escravidão e restituindo a humanidade ao sujeito negro. O corpus da pesquisa é formado por artigos de Gama publicados em diversos periódicos entre 1864 e 1882. Para a condução do estudo, elegemos articular os conceitos relacionados aos estudos de representação e de autoria negra, os métodos da Análise do Discurso e o paradigma da Afrocentricidade. Trata-se de uma pesquisa documental, em que a comparação e o contraste entre os textos que serviram para dar materialidade aos discursos circulantes também integram os procedimentos de análise. Luiz Gama inaugura uma tensão dicotômica que perdura até os dias de hoje, entre a sub-representação, com a associação de imagens negativas ou mesmo a ausência da população negra no noticiário, e o surgimento dessa figura reumanizada, distante da redução e da estereotipia, um novo discurso possibilitado pela insurgência de uma escrita e de uma voz negras.