Influência do teor de ácidos graxos na dieta ao longo da gestação na composição do leite humano maduro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Nishimura, Renata Yumi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17139/tde-27052013-140330/
Resumo: Os ácidos graxos poli-insaturados de cadeia longa são de grande importância para o crescimento e o desenvolvimento infantil. Suas concentrações variam amplamente no leite materno, em partes, devido à variabilidade do teor de ácidos graxos da dieta materna. Entretanto a relação entre os ácidos graxos da dieta, durante a gestação, e seus teores no leite materno maduro ainda não foi elucidada. O presente estudo tem como objetivo avaliar a composição de ácidos graxos poli-insaturados do leite materno maduro de mulheres residentes em área distante da costa litorânea do Brasil (Manuscrito 1) e investigar a associação entre a composição de ácidos graxos poli-insaturados da dieta materna, em distintos períodos da gestação e no período pós-parto, na composição destes no leite humano maduro (Manuscrito 2). A presente pesquisa integra as atividades de um estudo prospectivo, conduzido entre 103 gestantes saudáveis, com idade entre 18 e 35 anos, usuárias do Sistema Único de Saúde do município de Ribeirão Preto, SP. O consumo alimentar materno, durante a gestação e após o parto, foi avaliado por meio de três inquéritos recordatórios de 24 horas, ao longo da gestação, e dois inquéritos recordatórios de 24 horas, no puerpério. As mulheres com dados completos de consumo alimentar durante a gestação, que tiveram parto a termo e praticavam aleitamento materno exclusivo ou predominante a partir da 5ª semana pós-parto, foram convidadas a participar do presente estudo. Amostras de 5-10ml de leite materno maduro foram obtidas por meio de ordenha manual, e a dosagem do teor de ácidos graxos se deu por meio de cromatografia gasosa. Para investigação da influência do consumo alimentar de cada trimestre gestacional e no período pós-parto na composição de ácidos graxos poli-insaturados do leite materno maduro, foram utilizados modelos de regressão linear ajustados pelo IMC pós-parto e deatenuados. O Manuscrito 1 descreve a composição de ácidos graxos poli-insaturados do leite materno maduro de mulheres residentes em área distante da costa litorânea do Brasil. Observaram-se baixo teor de ácido docosa-hexaenoico (0,09%) e alta concentração de ácidos graxos trans (2,05%), no leite humano das mulheres avaliadas. O Manuscrito 2 descreve a associação direta entre o teor dos ácidos eicosapentaenoico [= 1,87 (95% IC: 0,54; 3,28)] e docosa-hexaenoico [= 0,46 (95% IC 0,21; 0,71)] da dieta materna do terceiro trimeste gestacional e o teor destes no leite humano maduro, assim como a relação direta entre a razão n3/n6 da dieta [= 0,09 (95% IC 0,02; 0,17)] do segundo e terceiro trimestres gestacionais e no período pós-parto com a proporção verificada no leite materno. Os resultados indicam um baixo teor de ácido docosa-hexaenoico entre as mulheres avaliadas e uma alta concentração de ácidos graxos trans no leite materno. O teor de DHA e EPA da dieta materna, no final do período gestacional, pode influenciar a composição de ácidos graxos de leite materno maduro. Ainda, a razão n-3/n-6 de ácidos graxos da dieta materna, no final da gestação e no período pós-parto, também pode influenciar na composição de ácidos graxos do leite materno. Os dados sugerem a relevância de medidas de intervenção para promoção do consumo de alimentos ricos em n-3, no terceiro trimestre gestacional.