A origem da alteração e a alteração de origem: antropologias de Rousseau

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Arco Júnior, Mauro Dela Bandera
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-18032019-124408/
Resumo: Dada a notoriedade do desenvolvimento da antropologia (na etimologia grega entendida como estudo do homem) durante o século das luzes e sendo Rousseau um de seus expoentes, o objetivo central desta tese é investigar os diferentes sentidos, não apreensíveis de forma unívoca, assumidos pela investigação antropológica em seus textos. O eixo que orienta a análise está na passagem do homem físico ao homem moral, o que remete à oposição entre o homem natural e o homem do homem. Dela resultam duas abordagens metodológicas, a saber: a antropologia negativa que busca por uma ficção desvelar o homem do puro estado de natureza e a antropologia positiva que, por meio de um método etnográfico, observa os homens reais (selvagens ou civilizados). Esta é a formulação geral a partir da qual foram desenvolvidas diferentes alternativas teóricas para a inteligibilidade do que vem a ser o homem e sua relação com as forças agentivas que o conformam. Definidos os termos da oposição que configuram o problema antropológico: como conceber a passagem do homem físico do puro estado de natureza ao homem moral, o homem do homem? O caminho que parte de um modelo originário se realiza enquanto degeneração e afastamento, ao passo que outro caminho multiplica as origens de modo a afirmar positivamente as diferenças. Donde se pensa a mudança de um discurso sobre a origem e sua alteração para outro sobre a alteração de origem ou alterações originárias, o que anuncia o saber etnológico ao recusar a identificação ou aproximação obrigatória de uma cultura particular à natureza, abrindo assim espaço para a alteridade.