O professor universitário na sociedade administrada: expressões da violência no ensino superior privado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Ramos, Carlos Eduardo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-04102012-114948/
Resumo: Esta pesquisa parte da percepção de que as propostas educacionais de diversas instituições de ensino superior privado, que correspondem ao modelo industrial e tecnicista da sociedade administrada, podem oprimir o professor universitário e restringir sua atuação como educador. Os interesses das instituições privadas que percebem a educação como um trato mercantil e se encontram em consonância com as políticas educacionais vigentes interferem não apenas na atividade docente, mas também na formação dos indivíduos que nela se encontram inseridos. Para investigar o tema, optou-se por um delineamento de pesquisa que consistiu em estudos de caso realizados com professores que trabalham nesse modelo de instituição. Foram entrevistados três professores, e os pontos discutidos a partir do instrumento de pesquisa foram: a formação e a trajetória profissional do docente; condições de contratação; estabilidade no emprego; atribuições do professor na instituição; recursos didáticos utilizados; e relações estabelecidas com outros membros da instituição. A análise dos dados obtidos na entrevista foi fundamentada na Teoria Crítica da Sociedade, principalmente nos textos de Adorno, Horkheimer e Marcuse, e também foram consideradas pesquisas acadêmicas que discutem a formação escolar, a mercantilização da educação, a utilização de tecnologias no ensino e a precarização das condições de trabalho do professor. A partir das manifestações de cada entrevistado, foram criadas quatro categorias principais: autonomia no trabalho docente; instabilidade no emprego e precarização das condições de trabalho; efeitos da inserção de tecnologias no contexto educacional; e relações institucionais mediadas pela lógica de mercado. Ao longo do processo de análise foram encontrados no discurso dos professores elementos que permitem afirmar que as instituições de ensino, os alunos e os próprios professores reproduzem a barbárie presente na cultura. Entretanto, ainda que discretas e nem sempre completamente conscientes, também foram encontradas diversas estratégias dos docentes para tentar resistir às imposições do sistema privado de ensino. Os resultados da análise indicaram uma predominância da heteronomia na formação universitária, bem como poucas condições dos professores para resistir ao processo de dominação social que se mantém no campo educacional, no qual o pensamento técnico e voltado para interesses econômicos prevalece sobre as possibilidades de uma formação para a autonomia e para uma consciência esclarecida