Encruzilhadas da contadora de histórias: veredas de tradição, tradução e ruptura

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Borges, Lígia de Moura
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27155/tde-12012023-120616/
Resumo: Ao lançar sentidos, pensamentos e gestos para a arte de contar histórias, a pesquisa rascunha no tempo-espaço uma geografia com ampla ressonância na encruzilhada. São diversos, em vetores ao mesmo tempo convergentes e divergentes, os entrelugares abordados aqui na relação com o ofício de contadora de histórias: tradição e ruptura, sagrado e profano, encantamento e desencantamento, responsabilidade e irresponsabilidade, nomadismo e sedentarismo. A encruzilhada os incarna acrescentando dança, ginga, tropeço, ações inesperadas às oposições e sua frequente associação com as dicotomias. A investigação fareja trilhas para orquestrar e ser orquestrada por essas veredas ao confrontar e entrelaçar a tradição da arte de narrar com a noção de tradução e com possibilidades de ruptura. Em ambos os casos o foco se direciona para o trânsito nos processos de composição, que parte de uma narrativa e em performance é compartilhada com o público. No primeiro caso são traçadas analogias com horizontes ligados à tradução. No segundo, o confronto entre tradição e ruptura é investigado ao se verificar traços opressores, normativos, domesticados que podem circundar tanto a arte dos contadores de histórias, quanto as suas fontes. Recortes sócio-históricos são desvendados na constituição das narrativas, contos e mitos. O gênero foi eleito como vetor de aprofundamento ao pensar na representação do feminino nessa arte e ao assumir essa perspectiva na escrita, ainda que entrevendo dissoluções. O solo da dissolução presente nas questões de gênero contribui para desestabilizações da tradição, abala as temporalidades que circundam as narrativas e traz uma chave para uma qualidade de grafia cercada, assumida enquanto escrita rapsódica ao entrelaçar o encantamento das narrativas à pesquisa.