Geologia, petrologia e metalogenia da sequência vulcano-sedimentar de Alpinopolis, Minas Gerais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1990
Autor(a) principal: Carvalho, Sebastião Gomes de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44133/tde-22062015-150049/
Resumo: A Sequência Vulcano-Sedimentar de Alpinópolis é uma, entre várias outras sequências correlatas no sudoeste do estado de Minas Gerais, que integram o Greenstone belt \"Morro de Ferro\". Essas sequências como um todo encontram-se embutidas tectonicamente, por falhas ou estruturas sinformais em um embasamento granítico-migmatítico gnáissico regionalmente denominado de Complexo Campos Gerais. Através de furos de sondagens na Sequência Vulcano Sedimentar Alpinópolis foram identificada a presença de vários corpos sulfetados (disseminados, semimaciços e maciços) em profundidade, hospedados em diferentes tipos litológicos (metavulcânicas e metassedimentos). O estudo desses corpos e de suas encaixantes mostrou que os eventos tectono metamórficos com caráter policíclico que atuaram regionalmente, resultou numa geologia local extremamente complexa, afetando a sua distribuição e configuração especial. Apesar disso, os estudos geológicos, petrológicos, petrográficos e petroquímicos realizados permitiram identificar nas hospedeiras e corpos sulfetados, diversas feições geológicas, destacando-se: 1º) a presença de uma suíte metaultrabásica/metaultramáfica, constituída por clorita-tremolita-xisto (com pseudomorfos de olivinas e textura spinefex), sepertinito, talco-xisto e hornblenda xisto, que originalmente corresponderiam a peridotitos e piroxenitos de composição komatiíca; 2º) uma suíte de rochas metabásicas/metamáficas com composição de basaltos, formada por plagioclásio-hornblenda-tremolita xisto, anfibolito e albitas-anfibolito; 3º) uma suíte metassedimentar encerrando granada-biotita-xisto, (contendo ou não sillimanita, estaurolita e antofilita) e clinozoisita-actinolita-fels, que originariamente corresponderiam respectivamente a possíveis sedimentos pelíticos, margosos e tufaceos. 4º) ocorreram dois eventos metamórficos na área. O primeiro teve como limite inferior temperaturas da ordem de 520 C marcada pela assembléia granada/sillimanita/estaurolita. O segundo evento e retrogressivo na fácies xisto verde, afeta esta mesma área causando nas rochas extensivas modificações mineralógicas. Os dados químicos obtidos através do estudo das fases mineralógicas metamórficas incluindo anfibólio, serpentina, olivina, feldspato, clorita, mica, granada e piroxênio, são compatíveis com aqueles obtidos através de estudos petrográficos e químicos. Os anfibólios, por exemplo são essencialmente magnesianos (na suíte metaultramáfica) apresentam forte variação ferro-magnesiana na suíte metabásica e ampla variação nos teores de cálcio na suíte metassedimentar. Os corpos de sulfetos apresentam-se tectonicamente controlado (zonas de cisalhamento), e estão alojados em diversos litotipos (metaultramáficos, metaultrabásicas, metassedimentos). Suas espessuras são variáveis e ostentam formato lenticular. Sua composição mineralógica é simples, predominando em termos de abundância pirrotita, pirita e secundariamente esfalerita, calcopirita, pentlandita e milerita. Essa mineralogia resulta nos baixos teores de Ni,Cu, Zn, presente nos corpos. Foram identificados quatro associações mineralógicas sulfetadas nesses corpos, registrando os sucessivos eventos geológicos, incluindo: 1º) uma assembléia original atualmente representada por pirita, pirrotita, pentlandita e millerita, 2%) uma assembléia dominada por pirrotita,pirita, gerada durante o evento metamórfico de alto grau, 3º) uma associação mineralógica caracterizada por pirita e pirrotita recristalizadas, com exsoluções de calcopirita e pentlandita; 4º) uma associação com pirita e pirrotita com formas édricas e secundariamente esfaleritas e calcopiritas em fraturas. O tectonismo intenso que afetou toda a área, obliterou e modificou a assembléia sulfetada original, dificultando o estabelecimento de uma hipótese genética para a mineralização sulfetada, optando-se tentativamente pelo modelo vulcânico-exalativo.