Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Simoni, Natália Koren |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6138/tde-02102018-132954/
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Resumo: |
Introdução: As emoções desempenham importante papel nos processos de linguagem, na busca por poder e diferenciação de status social. Na área da nutrição, as emoções têm apresentado bastante relevância, principalmente para as pesquisas que buscam entender o comportamento do indivíduo frente ao alimento. Os estudos mais recentes com relação ao comportamento do consumidor e às emoções vêm indicando que os sentimentos, positivos ou negativos, apresentam papel fundamental em relação ao consumo de alimentos Objetivo: Verificar a influência das emoções na percepção dos gostos básicos e na escolha dos alimentos. Metodologia: O projeto foi dividido em três etapas. A primeira constituindo-se de um questionário on-line versando sobre as emoções e o consumo de alimentos, onde os participantes relembravam e contavam um evento de tristeza, raiva e de alegria e, na sequência, indicavam um alimento que consumiram ou gostariam de ter consumido. A partir do questionário, foram escolhidos os gostos básicos mais mencionados e as duas emoções de maior motivação de consumo para serem trabalhados nas etapas seguintes. Na segunda etapa, realizada em dois dias não consecutivos, no laboratório de análise sensorial foi feita a manipulação das emoções de alegria e tristeza, utilizando vídeos previamente testados. Em seguida, propõe-se associação da emoção com a concentração que mais agrade ao provador de um dos gostos básicos disponíveis (doce e salgado). Na terceira etapa, foi repetido o procedimento, porém sem a utilização do estímulo audiovisual. Nessa fase o participante associava o gosto básico à emoção que ele achava mais coerente. Resultados: Responderam ao questionário on-line 210 pessoas que citaram consumir 216 alimentos para situações que despertam tristeza, 158 raiva e 245 alimentos para eventos alegres. Dessas pessoas, 59, 80 e 23 mencionaram não sentir vontade de consumir qualquer tipo de alimento quando se sentiam tristes, zangadas e alegres respectivamente. Foi mencionado alto consumo de preparações com chocolate em momentos de tristeza (80 alimentos) e raiva (42 alimentos), nessas emoções também ocorre menção ao consumo de alimentos amargos ou azedos. A textura dos alimentos foi evidenciada em momentos de raiva, onde os participantes mencionam consumo de alimentos duros como cenoura crua, castanhas, torresmo entre outros. Na segunda etapa, participaram 61 e 60 em cada um dos dias, respectivamente. Não ocorrendo diferença significativa para nenhuma das emoções manipuladas. Na terceira etapa, com a participação de 36 pessoas, foi encontrada diferença significativa entre a emoção e o gosto básico doce. Quando se verifica a distribuição das escolhas dos participantes segundo as concentrações e as emoções associadas, é possível averiguar que há preferência por alimentos doces em pessoas felizes, quando comparado às outras emoções estudadas, ocorrendo ainda, maior predileção pelas concentrações extremas (mais e menos concentradas). Diferente da primeira etapa, na qual os alimentos podem ser utilizados como conforto emocional e recordação de momentos e da herança familiar (necessidade de recordar de eventos no passado para responder ao questionário) a preferência de doces por pessoas felizes pode estar associada a momentos comemorativos, ou como efeito da emoção vivenciada no momento da análise sensorial, uma vez que não ouve estímulo audiovisual. Conclusão: O estudo demonstrou que a intensidade e vivência social das emoções pode ser fator determinante para a escolha do alimento a ser consumido. Os achados demonstram que, além do gosto básico, para realizar um planejamento dietético adequado, em alguns casos, é importante considerar a textura dos alimentos. Esses resultados, entretanto, podem ser indicativos para a compreensão do comportamento em outros grupos, mas não se consegue afirmar que podem ser utilizados como referência em populações. |