O que acontece no encontro do médico com a morte do seu paciente

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Flauzino, Candido Jeronimo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-26102012-104329/
Resumo: O que acontece no encontro do médico com a morte do seu paciente diz de algo estruturante da condição humana que transcende a formação acadêmica e mobiliza por este estar na presença de outro ser humano. Trata-se de uma pesquisa qualitativa que teve como objetivo principal descrever e conhecer o que existe de estruturante no encontro do médico com a morte do seu paciente. Este estudo utiliza o método fenomenológico de pesquisa, entendido como um convite para o exercício reflexivo visando à construção de novos paradigmas na produção de conhecimento. O autor de base que fundamenta a análise teórica foi Maurice Merleau-Ponty (2006). Foram realizadas quatro entrevistas com médicos oncologistas clínicos, embasadas na pergunta norteadora: O que significa para você cuidar do paciente oncológico, sem possibilidade de cura, que vivencia o seu processo de morrer e posteriormente perdê-lo?. Após a realização das entrevistas, os relatos (ingênuos) foram literalizados, dos quais foram levantadas as unidades de análise e transformadas em categorias analisadas fenomenologicamente, que possibilitaram o diálogo intersubjetivo e objetivo com os pressupostos teóricos sobre o tema em pauta. Categorias estas denominadas de: 1. Relação médico e paciente: o desvelar das emoções e sentimentos; 2. Relação médico e paciente: um distanciamento da morte do paciente; 3. O encontro do médico com a morte: a morte imprevisível; 4. Construção da identidade do sujeito: a dimensão ética do ser médico. A partir da análise das categorias, observou-se que tal encontro ocorre de diversas formas, principalmente pelo distanciamento como os médicos em questão lidam com a morte de seus pacientes, vista como um acidente, com falta de diálogo que, necessariamente, esbarra nas questões éticas e de formação acadêmica. A estrutura do fenômeno reside na ausência de diálogo pela dificuldade de lidar com os próprios sentimentos e emoções emergidas do processo de perda por morte de seus pacientes