Madeiras fósseis do vale do Rio Peruaçu: testemunhas de eventos de inundações extremas no holoceno

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Cavalcanti, Felipe Carvalho Beltrão
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41132/tde-02122024-144322/
Resumo: Este estudo apresenta madeiras fósseis quaternárias descobertas no Vale do Rio Peruaçu, norte de Minas Gerais, que oferecem insights cruciais sobre padrões climáticos passados e eventos extremos de inundação na bacia do Rio São Francisco. As madeiras fósseis foram preservadas sob condições geológicas e climáticas muito raras, dentro do sistema cárstico do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu (PNCP). Essa área é significativa devido à sua localização no topo da bacia do Rio São Francisco e em uma área de ecótono entre biomas brasileiros como o Cerrado, a Caatinga e a Mata Atlântica, constituindo uma região vital para a compreensão da história climática do centro do Brasil. Essas madeiras fósseis foram depositadas por inundações antigas ligadas a eventos de alta pluviosidade durante o Holoceno médio e tardio (1300-2000 EC), sugeridos como desencadeados por grandes erupções vulcânicas ao redor do mundo. Esses espécimes fósseis, encontrados em diferentes alturas abrigados em uma caverna, fornecem um valioso registro de formações vegetativas e condições climáticas passadas. Este estudo teve como objetivo classificar e identificar esses fósseis para aprimorar a compreensão desses eventos extremos históricos e avaliar os riscos potenciais de futuros eventos climáticos extremos na bacia do Rio São Francisco. As 73 madeiras fósseis compreendiam 28 diferentes morfotipos, dos quais 21 foram identificados. Os táxons identificados sugerem um paleoambiente semelhante ao ambiente moderno da região. Esses achados têm implicações para a mitigação de eventos climáticos extremos e para políticas públicas, destacando a importância de informações acionáveis no enfrentamento da crescente frequência de enchentes, secas e outros eventos extremos no Brasil.