Idioma-vasco: uma leitura de Invenção de Orfeu

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Oliveira, Rodrigo Rafael de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8151/tde-05062023-124115/
Resumo: Na obra Invenção de Orfeu, do poeta alagoano Jorge de Lima, dêiticos são entrevistos com ressonâncias paradoxais. O presente estudo propõe uma leitura mais detida de alguns poemas, fazendo um recorte de suas representações, marcadas por forte ambivalência, como a catábase e a anábase de imagens e personas pertencentes à tradição, inseridas numa perspectiva moderna e modernista. Nessa trama linguística, são determinantes os mitos fundadores do XVI, as vozes coloniais e os seus negativos, assim como a dissolução de umas em outras. Inquietação, missão, promissão e danação se confundem no imo do sujeito lírico, por meio de sua visão, constituída na busca de uma nova realidade. Vê-se, neste estudo, como os mitos órfico-pitagóricos e judaico-cristãos fundamentam o caráter irracional da obra. A imagem da ilha, nesse tecido poético, apresenta-se mítica, contraditória, objeto de desejo de paz e bonança, mas lúgubre, vazada por pretensões catequéticas cuja missão resulta em crises insolúveis, o teleológico em hermetismo próximo do arbitrário, o histórico em fabulação, a memória em embriaguez e sono. Em suma, vê-se, na presente dissertação, como os elementos imagéticos do livro de Jorge de Lima, por conta de elipses e lacunas recorrentes, fragmentam-se, por vezes, num jogo semântico que quase põe a totalidade significativa do livro a perder.