Doses de nitrogênio e comportamento de genótipos de trigo

• Ano de defesa: 1990
• Autor(a) principal: Freitas, Jose Guilherme de
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS; FERTILIZANTES NITROGENADOS; GENÓTIPOS; NITROGÊNIO; TRIGO; VARIAÇÃO GENÉTICA EM PLANTAS
• Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11136/tde-20210104-180111/

O estudo baseou-se na hipótese de variabilidade genética entre genótipos de trigo (Triticum aestivum L.), a qual permitiria discriminá-los quanto à eficiência na utilização do nitrogênio; à resposta a aplicação desse nutriente e às correlações entre as doses de nitrogênio e características agronômicas e entre a produção de grãos e características agronômicas. Os experimentos foram realizados nas Estações Experimentais de Tatuí e Capão Bonito e no Centro Experimental de Campinas, do Instituto Agronômico, em condições de irrigação por aspersão ou de sequeiro e em sucessão às culturas do arroz ou de lablabe ou ao pousio, nos anos agrícolas de 1987 e 1988. O delineamento estatístico empregado foi de blocos ao acaso, no esquema de parcelas subdivididas, com quatro repetições. A parcela constituiu-se de três doses de nitrogênio (0, 60 e 120 kg/ha) e, as subparcelas dos genótipos de trigo BH-1146, IAC-5, IAC-24, IAC-25, IAC-60, IAC-161, IAC-162, IAC-216, IAC-219 e Anahuac. As características agronômicas avaliadas foram: produção de grãos, espiguetas por espiga, comprimento da espiga, grãos por espigueta e por espiga, acamamento, altura das plantas, teores de nitrogênio na parte aérea e peso de cem grãos. Os resultados mostraram que a produção de grãos e outras características agronômicas variaram com a cultura antecessora do trigo, com o ano e com o local. Na Estação Experimental de Tatuí, em 1987, os genótipos mais produtivos foram IAC-60, IAC-219 e IAC-24, e todos os genótipos responderam até 120 kg/ha de nitrogênio aplicado; em 1988, não houve resposta às doses crescentes de nitrogênio. No Centro Experimental de Campinas, em 1987 e 1988, os genótipos também não responderam às doses de nitrogênio. Os resultados da Estação Experimental de Capão Bonito mostraram que, em 1987, os genótipos mais produtivos e, portanto, mais eficientes, na dose zero, foram IAC-219, IAC-24, IAC-60 e Anahuac; na dose de 60: Anahuac, IAC-60, IAC-24, IAC-219 e IAC-161 e, na de 120 kg/ha de nitrogênio: IAC-161, Anahuac, IAC-219, IAC-60 e IAC-162. Os genótipos lAC-162 e IAC-161 foram os mais responsivos em Capão Bonito (1987) com destaque para o primeiro. Em 1988 não houve respostas dos genótipos às doses de nitrogênio. Os estudos das outras características agronômicas revelaram que o genótipo IAC-60, na maioria dos experimentos, apresentou maior comprimento da espiga, número de espiguetas e de grãos por espiga; o IAC-216, o maior peso de cem grãos e, o BH-1146, a maior altura de plantas e alto índice de acamamento, independente das doses de nitrogênio aplicadas. Os resultados de Capão Bonito comprovaram que o método proposto permite discriminar os genótipos de trigo em eficientes e ineficientes na utilização do nitrogênio aplicado e, os responsivos, dos não-responsivos ao nutriente. O genótipo IAC-119 destacou-se, em todos os locais, quanto à produção de grãos e eficiência na utilização de nitrogênio aplicado, enquanto os genótipos IAC-216, IAC-161 e IAC-162 foram os mais responsivos em Tatuí, Campinas e Capão Bonito respectivamente. As correlações simples entre doses de nitrogênio e características agronômicas permitiram verificar, para cada genótipo, as características mais associadas com variação da adubação nitrogenada. As associações entre a produção de grãos e as características agronômicas, para cada genótipo, possibilitaram identificar as mais correlacionadas, considerando-se as três doses de nitrogênio em conjunto.