Envelhecimento, aparência e significados entre idosas do Brasil e da Espanha

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Yokomizo, Patricia da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100141/tde-16112017-195716/
Resumo: Nas últimas décadas, tem vigorado o discurso sobre a velhice como sinônimo de decadência, havendo ampla promoção de formas para combater o envelhecimento por meio do consumo de produtos e serviços que prometem juventude eterna, em especial, às mulheres. Nesse cenário, a aparência é colocada por diferentes educadores informais, principalmente as mídias e publicidade, como um recurso importante para envolvimento na vida social. Objetivos: investigar, caracterizar e comparar, no contexto da educação informal e do engajamento social, como idosas brasileiras e espanholas, de baixas renda e escolaridade, constroem suas aparências. Justificativa: possibilidade de analisar o potencial da aparência para a gestão do envelhecimento feminino em âmbito transcultural e, ainda, de elaborar um registro sobre os modos de compor o aspecto pessoal entre um público menos investigado em relação à temática. Método: pesquisa qualitativa, do tipo exploratória e descritiva, baseada em método etnográfico. Utilização das técnicas de observação livre e participante, conversas informais, entrevistas em profundidade, documentação e registro fotográfico. Uso de roteiro semiestruturado e caderno de campo. As participantes foram: 1) nove mulheres brasileiras e 11 espanholas de 80 anos ou mais; 2) moradoras a maior parte da vida, respectivamente, nas cidades de São Paulo e Madrid; 3) participantes da vida comunitária; 4) donas de casa na velhice; 5) de baixas renda e escolaridade; 6) sem comprometimento cognitivo. Aplicação de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Resultados: constatou-se que a construção da aparência é realizada ao longo de toda vida. Tanto para brasileiras como para espanholas, os modos de compor e significar a apresentação pessoal relacionam-se com sua educação informal e seu envolvimento social. Os educadores informais mais presentes são, em especial, familiares, amigos e profissionais dos núcleos de convivência para idosos. Dentre os significados transmitidos através da aparência, para ambos grupos de participantes, os principais foram decência, naturalidade e feminilidade. Em geral, não foram notadas diferenças transculturais muito expressivas, quando se considera as variáveis idade, gênero, renda e escolaridade. Considerações finais: entende-se que a aparência é uma variável interessante aos estudos e ações em torno dos modos de envelhecer e envolver-se em diferentes contextos sociais. Sugere-se prosseguir com investigações sobre a temática, relacionando-a com outras variáveis não exploradas neste estudo, como estado civil e geração, que também se mostraram pertinentes. Apoio: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)