Técnicas de conservação pós-colheita para cenoura roxa recém-introduzida no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Berno, Natalia Dallocca
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11141/tde-27032019-113111/
Resumo: O cultivo da cenoura (Daucus carota L.) se dá em diversas regiões do mundo, com produção anual ultrapassando 35 milhões de toneladas. Cenouras roxas foram recentemente introduzidas no Brasil e tem disponibilidade restrita, devido ao plantio ainda em fase de expansão. Dessa forma, essa hortaliça é novidade tanto para consumidores quanto para produtores. As práticas pós-colheita ainda são pouco estudadas e requerem mais conhecimento para viabilizar o armazenamento e ter um produto com qualidade físico-química e nutricional. Assim, o objetivo do presente trabalho foi estudar diferentes tecnologias pós-colheita para cenoura roxa recém-introduzidas no Brasil. Primeiramente, foram estudadas diferentes condições de armazenamento e suas implicações na qualidade de cenouras roxas. Os resultados mostraram que as perdas estão diretamente relacionadas ao aumento da temperatura de armazenamento, ou seja, quanto maior a temperatura, maiores são as perdas qualitativas e quantitativas. A condição ambiente (25°C e 70% UR) proporciona aumentos dos processos metabólicos, provocando maiores perdas, na aparência e nos compostos bioativos presentes. Cenouras mantidas a 2°C apresentaram vida útil de 60 dias e mantiveram a qualidade físico-química e nutricional, com menores perdas dos compostos fenólicos e polifenóis e aumento de antocianinas, flavonóis e da capacidade antioxidante, sendo essa a temperatura mais indicada para o armazenamento de cenouras roxas. Após definida a temperatura de armazenamento, cenouras foram armazenadas em diferentes atmosferas modificadas geradas por diferentes embalagens de forma a identificar a que resulte em manutenção da qualidade de cenouras roxa no armazenamento. O uso de atmosfera modificada em cenouras roxas inibiu perdas por murchamento e resultou em maior manutenção da aparência e dos aspectos bioquímicos, além de prolongar a vida útil. Em cenouras não embaladas foi verificado alto índice de murchamento e de perda de massa, com durabilidade de apenas 15 dias, e menores concentrações de compostos bioativos. Concentrações de O2 entre 11% e 12% e de CO2 a 0,5% são indicadas para o armazenamento prolongado de cenouras roxas em embalagens de atmosfera modificada. Em seguida, foi avaliado o uso de diferentes concentrações de revestimentos a base de quitosana e cera de carnaúba, na conservação de cenouras roxas. O uso de recobrimentos comestíveis em cenoura roxa se mostrou eficiente como técnica pós-colheita para preservação da qualidade comercial. Recobrimento a base de quitosana a 3%, aliada a alta umidade relativa e a baixa temperatura durante o armazenamento, é mais eficiente na manutenção da qualidade de cenouras roxas e proporciona aumento da vida útil em 15 dias, em relação ao controle. Os resultados evidenciam a importância de conhecer a fisiologia pós-colheita e de aplicar as boas práticas, principalmente aquelas vinculadas à redução do metabolismo vegetal, como as tecnologias estudadas. Tais resultados poderão ser prontamente aplicados pelos produtores, a fim de prolongar a vida útil dessa hortaliça recém-chegada ao mercado brasileiro.