Autonomia da multidão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Braga, Cláudia Pellegrini
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-07062023-113829/
Resumo: A experiência no campo da saúde mental revela que a autonomia dos indivíduos implica uma rede de relações entre pessoas. Partindo das experiências da desinstitucionalização e do movimento social da luta antimanicomial, observa-se que, para além disso, um coletivo de pessoas agindo pela ampliação de direitos é necessário para que cada um possa exercer sua autonomia. Dado esse entendimento pela prática, essa pesquisa parte do problema sobre como pensar um conceito de autonomia da multidão que, pela hipótese inicial, se daria em um entrecruzamento entre a ontologia e a política. Assim, a partir do quadro filosófico de Espinosa, em particular em suas proposições éticas e políticas, essa pesquisa investiga e propõe um conceito de autonomia da multidão. Para tanto, primeiro é refletido sobre o que se pode dizer da autonomia individual, definida como acontecimento em que o ser humano, mediante uma norma de verdade - que é princípio de organização imanente de uma história de si -, age com sua verdade interna, sendo quem é e experimentando a ampliação da potência de ser e de existir. Na sequência, após introdução da perspectiva da desinstitucionalização na qualidade de um interlúdio, é investigado o conceito de autonomia da multidão: acontecimento em que, pela ação de corpo político na invenção de novos direitos e na ampliação de sua potência de agir, são transformadas as normas sociais e instituídas inéditas leis da cidade de tal maneira que novos cidadãos, cada qual sendo quem é, possam participar das redes de relações e agir sendo cada qual quem se é. Conclui-se que a autonomia individual guarda relação com a autonomia da multidão e que a autonomia da multidão favorece a autonomia individual.