Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Ribeiro, Julio Cesar |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-24042018-194002/
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Resumo: |
A infecção de sítio cirúrgico (ISC) é uma complicação frequente que pode acometer o paciente submetido ao procedimento anestésico cirúrgico, acarretando o aumento da morbidade, mortalidade e dos custos hospitalares, bem como do sofrimento emocional e físico do paciente. Este estudo teve como objetivos estimar a incidência de ISC em pacientes submetidos à cirurgia abdominal, identificar as taxas de ISC segundo fatores relacionados ao paciente, ao procedimento anestésico cirúrgico e ao ambiente da sala cirúrgica, identificar os fatores de risco e de proteção, e identificar o efeito independente da hipotermia sobre a incidência de ISC. Para o alcance dos objetivos propostos, conduziu-se estudo de coorte com 484 pacientes submetidos à cirurgia abdominal. Para a coleta de dados elaborou-se instrumento, submetido à validação aparente e de conteúdo por cinco juízes. A coleta de dados foi realizada na unidade de internação ou na sala de recepção do centro cirúrgico, no período intraoperatório, no período de internação e reinternação, e no retorno no 30° dia após a cirurgia. A hipotermia foi avaliada a partir de três mensurações distintas, a saber: 1 - temperatura Delta; 2 - número de vezes em que a temperatura do paciente foi <36,0°C; 3 - tempo de exposição, em minutos, em que o paciente esteve submetido a temperaturas <36,0°C. A incidência bruta de ISC foi de 20,25% (98 casos). A incidência de ISC apresentou maior magnitude nos participantes do sexo feminino (22,43%), nos pacientes na faixa etária de 60 anos e mais (27,22%), e com obesidade classe II (25,71%). As médias de duração da anestesia e da cirurgia foram maiores no grupo com ISC, a incidência de ISC apresentou maior magnitude naqueles pacientes submetidos a cirurgias de porte III (85,71%) e anestesia combinada (41,10%). A incidência de ISC apresentou maior magnitude naquele participante que no final da cirurgia estava exposto à temperatura da sala de operação < 20°C (33,33%), e naqueles expostos à umidade do ar entre 45-55 kg/m3 (22,18%). Na mensuração 1 (modelo final), a hipotermia não apresentou relação causal com a ISC, e as variáveis classificação ASA, porte cirúrgico e tipo de anestesia permaneceram independentemente associadas à ISC. Na mensuração 2 (modelo final), identificou-se o efeito causal independente da hipotermia sobre a ISC, os pacientes que estiveram submetidos mais de cinco vezes a temperaturas <36,0°C apresentaram maior probabilidade (89%; RR=1,89) de desenvolverem ISC, as variáveis classificação ASA e tipo de anestesia mantiveram-se independentemente associadas à ISC. Na mensuração 3 (modelo final), também identificou-se o efeito causal independente da hipotermia sobre a ISC, os pacientes que estiveram submetidos a mais de 75 minutos a temperaturas <36,0°C apresentaram maior probabilidade (89%; RR=1,89) de desenvolverem ISC, as variáveis classificação ASA e tipo de anestesia permaneceram independentemente associadas à ISC. A raquianestesia foi fator de proteção independente para ISC, nos três modelos finais. Os resultados evidenciados poderão subsidiar a tomada de decisão dos profissionais de saúde na implementação de ações direcionadas para a prevenção e controle de ISC, com ênfase em medidas para a prevenção da hipotermia perioperatória |