Preparações de taxtomina parcialmente purificada e Lentinula edodes no controle de Sclerotinia sclerotiorum em soja

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Menegassi, Tainara
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11135/tde-05102020-092535/
Resumo: A cultura da soja possui grande importância no sistema produtivo mundial, sendo o Brasil o segundo maior produtor do grão. Dentre os fatores que comprometem a produção da cultura, as doenças se destacam e o mofo branco é um dos grandes responsáveis por essas perdas. Devido a isso, faz-se necessário buscar medidas para contribuir no manejo tradicional com fungicidas. Nesse contexto, o controle biológico e/ou a indução de resistência podem ser alternativas para o controle dessa doença. Dentre os indutores, as fitotoxinas e preparações a base de cogumelos possuem potencial como eliciadores de plantas. Com destaque para a fitotoxina taxtomina A produzida por Streptomyces scabies, e para o basidiomiceto Lentinula edodes. Dessa forma, objetivou-se avaliar o potencial da fitotoxina taxtomina parcialmente purificada (TPP) e de diferentes preparações do cogumelo L. edodes como potenciais agentes indutores de resistência em soja à Sclerotinia sclerotiorum. Para verificar o efeito desses potenciais agentes de controle foram realizados ensaios utilizando a TPP e os filtrados de L. edodes: filtrado do basidiocarpo (FBASI); filtrado do micélio com 30 dias de idade (FMIC30) e filtrado da suspensão micelial de 30 dias de idade (FSM30). As preparações foram testadas in vitro, no crescimento micelial pelo método de incorporação em meio fundente, na germinação miceliogênica e carpogênica dos escleródios, sendo a primeira em placas de Petri contendo meio de cultivo e a última em caixas do tipo gerbox contendo substrato e, na permeabilidade da membrana plasmática de S. sclerotiorum. Estudos também foram conduzidos in vivo envolvendo a severidade do mofo branco em plantas de soja em casa de vegetação, onde fez-se a aplicação das preparações e depois de 24 horas fez-se a inoculação com S. sclerotiorum, sendo posteriormente avaliado o potencial dos compostos na redução da severidade. Como também, na qualidade sanitária e fisiológica de sementes, por meio de testes de sanidade, germinação e emergência de plântulas e na produção da fitoalexina gliceolina em cotilédones de soja. Como resultados, observou-se que a TPP e os filtrados de L. edodes exibem efeito de dose, ou seja, com o aumento da concentração ocorre uma redução no índice de velocidade do crescimento micelial e aumento na inibição do crescimentono. Tal fato evidencia o efeito direto de TPP e dos filtrados FBASI e FSM30 sobre o crescimento micelial de S. sclerotiorum, com inibições de até 60%, 75% e 60%, respectivamente, para as concentrações mais altas testadas. Além disso, ambas as preparações afetaram a permeabilidade da membrana plasmática do fungo, causando a morte celular, constatou-se que os filtrados FBASI e FMIC30 propiciaram um aumento na perda de eletrólitos de 43% e 77%, respectivamente, em relação ao controle. As preparações testadas foram capazes de reduzir em aproximadamente 60% a severidade do mofo branco em soja. Contudo, apesar da TPP e os filtrados de L. edodes não apresentarem efeito na qualidade sanitária e fisiológica das sementes, esses últimos proporcionaram um aumento no acúmulo de gliceolina em cotilédones de soja. Conclui-se que a TPP e os filtrados do basidiomiceto L. edodes apresentam efeito direto sobre o patógeno e potencial como agentes indutores de resistência em soja contra S. sclerotiorum, podendo no futuro contribuirem no controle da doença.