Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2006 |
Autor(a) principal: |
Alcantara, Flavio Ferraz de Paes e |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5146/tde-26102006-154312/
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Resumo: |
A febre reumática é um bom exemplo de uma doença auto-imune deflagrada por um processo infeccioso. Num prazo de uma a quatro semanas após a resolução de uma faringite não tratada por cepas reumatogênicas de S. pyogenes, o organismo de um hospedeiro susceptível desencadeia uma resposta imune contra grandes articulações, coração, tecidos subcutâneos e cérebro. Acredita-se que elementos presentes na bactéria e reconhecidos durante a infecção na orofaringe, sejam confundidos com estruturas próprias do organismo, num processo denominado mimetismo molecular. Entre as proteínas envolvidas na reação cruzada, encontram-se a miosina cardíaca, pelo lado do hospedeiro, e a proteína M do microorganismo invasor. Esta última (proteína M) tem sido extensamente estudad. É a base da classificação das cepas de S. pyogenes e importante fator de virulência. Também tem sido explorada como imunógeno em várias estratégias vacinais. O estudo desta patologia tem sido dificultado pela ausência de um modelo animal que reproduza aspectos fundamentais da patologia humana, entre estes as lesões cardíacas. Uma das razões é o fato de que animais não contraem infecção pelo S. pyogenes. Portanto, produzimos a proteína M1 recombinante e mostramos que a imunização de 28 ratos Lewis por um período de 21 dias ou 14 ratos por 41 dias, com esta proteína foi capaz de induzir resposta inflamatória na maioria dos animais com intensidade variável. Células similares aos nódulos de Aschoff e células de Anitschkow, sugestivas das lesões patognomônicas da febre reumática foram observadas em dias e também de um em quatro dos animais controles que receberam PBS e adjuvantes. Estes resultados sugerem a presença de células auto-reativas no miocárdio dos animais imunizados. Em conclusão, o uso de proteína M1 recombinante como imunógeno em modelo animal de ratos Lewis é capaz de desencadear reação inflamatória em miocárdio e tecido valvular e lesões similares às da febre reumática. O modelo do rato Lewis é até o momento o que apresenta maior semelhança com a doença humana e pode ajudar a esclarecer a imunopatologia da febre reumática. Além disso, certamente será importante para a avaliação do potencial de proteção e de segurança em modelos de vacinas contra o S. pyogenes. |