Qualidade da assistência pré-natal em Nampula, Moçambique

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Muleva, Belarmina Reis
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7143/tde-25022021-132650/
Resumo: Introdução: A realização da consulta pré-natal de alta qualidade está diretamente relacionada aos melhores indicadores maternos e fetais e à prevenção de morbimortalidade materna. Em Moçambique, estudos sobre assistência pré-natal mostram que a maior parte das mulheres fez pré-natal, mas apenas metade fez as quatro ou mais consultas preconizadas pelo Ministério da Saúde. Além disso, as gestantes têm se apresentado aos centros de saúde para fazerem sua primeira consulta pré-natal somente no final do segundo trimestre da gestação. Essas questões mostram que a qualidade da assistência ao pré-natal é ainda um desafio, embora haja poucos estudos sobre o tema naquele contexto. Objetivo: Avaliar a qualidade da assistência pré-natal entre as mulheres do município de Nampula, em Moçambique. Método: Trata-se de um estudo quantitativo, do tipo transversal, realizado no município de Nampula, em Moçambique, na África. A amostra constou de 393 mulheres de 18 a 49 anos, com parto ocorrido em maternidade ou no domicílio no segundo semestre de 2019. As entrevistas foram conduzidas por meio de instrumento estruturado, aplicado face-a-face, até 15 dias após o parto. A qualidade da assistência pré-natal foi analisada com base nas diretrizes do Ministério da Saúde de Moçambique. A qualidade do pré-natal foi categorizada em inadequada e adequada. Modelos de regressão logística múltipla foram conduzidos para analisar os aspectos associados a ter realizado pré-natal adequado. Resultados: As mulheres participantes do estudo tinham, em média, 26 anos de idade, e metade tinha ensino primário (52,4%). Embora todas as mulheres tenham realizado o pré-natal, apenas 13,0% tiveram o pré-natal classificado como adequado. Mulheres que realizaram pré-natal em gestações anteriores (OR=4,28; IC95%=1,45-12,62) e com gravidez planejada (OR=2,51; IC95%=1,11-5,68) foram as que tiveram mais chance de ter um pré-natal adequado. Observou-se que a assistência pré-natal não atendeu ao que é preconizado, como a idade gestacional de início do pré-natal, número mínimo de consultas a serem feitas, realização de alguns exames (hemograma, glicemia, tipagem sanguínea e fator Rh) e oferta de orientações sobre sinais de risco e de parto. Quanto à satisfação com a assistência pré-natal recebida, mais da metade das mulheres mostrou-se insatisfeita com o tempo de espera para ser atendida pela profissional de saúde. Conclusão: De modo geral, os critérios preconizados para que uma assistência ao pré-natal seja de alta qualidade não estão incorporados na prática clínica no município de Nampula.