Identidade e Estado democrático de direito na capoeira: uma abordagem amefricana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Soula, Haydée Paixão Fiorino
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-30012023-113924/
Resumo: A capoeira possui um papel irretratável na história do Brasil. De prática criminalizada, passou a ser símbolo nacional e reconhecida como patrimônio imaterial da humanidade. Contribuiu tanto para a consolidação de estruturas institucionais e sociais quanto para a estruturação subjetiva de sujeitos e cidadãos negros e praticantes de outras etnias. Encontramos convergências no interior das teorias identitárias e pós-identitárias, em especial, na contribuição da área denominada como estudos sociais afro-latino-americanos e caribenhos. Assim, promovemos um diálogo entre os conceitos de: amefricanidade cunhado por Lélia Gonzalez (1985) e negritude em Aimé Césaire (1987), intelectuais que se apropriam de forma crítica das tradições de pensamento dos países colonizadores para ressignifica-las, em especial, para a construção da identidade na América e no Caribe. Ademais, encontramos supedâneo na Antropologia da Performance com autores como Victor Turner (1987) para a análise e desenvolvimento do trabalho de campo etnográfico realizado com Mestre Pinguim do Grupo de Capoeira Angola e Dança Afro Guerreiros e Guerreiras de Senzala no Núcleo de Artes Afro-brasileiras na Universidade de São Paulo; nos grupos de Capoeira na cidade de Santo Amaro da Purificação, Salvador e Ilha de Itaparica na Bahia e na trajetória da pesquisadora como capoeirista desde os doze anos de idade, apresentando a Capoeira enquanto dança, luta, música, cultura, ritual e patrimônio. O objetivo central desta pesquisa é, pois, circunscrever a Capoeira enquanto uma prática cultural de resistência de matriz africana, desenvolvida no Brasil, a qual apresentou relevante papel para a atual formação do Estado Democrático de Direito com a Constituição de 1988. Em suma, evidencia-se como as narrativas oficiais para gerar coesão social e compor a estrutura institucional - diante da história social inserida no contexto da colonização e escravização de povos africanos, asiáticos e ameríndios por europeus - conduziu-nos para a formação deste grande Atlântico Negro brasileiro.