Repensando o desenvolvimento diante da globalização capitalista e das novas demandas para a educação.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Viscaino Junior, Manuel Marquez
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-16062008-131645/
Resumo: Nos últimos anos tem-se aguçado a discussão sobre as perspectivas de desenvolvimento econômico e social para o Brasil no atual contexto econômico mundial. Desde a década de 1950 com o surgimento das teorias do desenvolvimento, as questões envolvendo crescimento econômico, industrialização, geração e distribuição de riquezas e bens têm ocupado um lugar central em diversas áreas de estudo. A possibilidade de que o processo de globalização econômica, que se acentuou desde os anos 90, esteja recolocando a discussão sobre o desenvolvimento em novas perspectivas, impactando diretamente a estrutura e funcionamento da educação escolar e forçando uma revisão dos seus objetivos em decorrência das necessidades de qualificação da força de trabalho associada aos processos de inovações tecnológicas, conduzem a uma série de indagações que envolvem tanto a percepção da existência concreta dessa nova dimensão, quanto o entendimento dos seus fundamentos teóricos. Procuramos realizar uma revisão da teoria do desenvolvimento inserindo a análise da globalização econômica e das novas demandas pretendidas para a educação escolar. Partimos de uma análise sistêmica do processo histórico do capitalismo, apoiada nas contribuições de Giovanni Arrighi, para refletir sobre a origem das teorias do desenvolvimento, o desenvolvimentismo, e as perspectivas de ascensão ao capitalismo desenvolvido com base numa adaptação às novas demandas da globalização econômica. Optamos por localizar referências teóricas centrais e analisá-las estabelecendo relações que nos permitissem realizar generalizações conceituais e aferir a validade dos pressupostos contidos nas abordagens. O trabalho apresenta uma circularidade intencional das reflexões e problematizações, pois entendemos que as relações teóricas contidas permitem a retomada seqüencial das indagações e análises em condições diferenciadas de aprofundamento. Utilizando essencialmente fontes escritas, transitamos pelos contextos históricos localizando contribuições na época de suas formulações, o que nos permitiu perceber com mais clareza a abrangência e o teor hegemônico das diversas análises sobre a temática investigada. A reflexão sobre o desenvolvimento nos mostrou que suas fundamentações teóricas permanecem atuais, com poucas variações em relação a análises apoiadas em pressupostos schumpeterianos, keynesianos e marginalistas. A investigação sobre a globalização econômica mostrou que não existe uma era da globalização, um novo período histórico para a humanidade, posição que encontra respaldo em Roberto Leher, mas difere daquilo que demonstrou Giovanni Arrighi. As análises com base nas sociedades do conhecimento e da informação, seus imperativos tecnológicos e vínculos com a teoria do capital humano, induzem à idéia de que, por meio da educação escolar, é necessário realizar uma qualificação pautada por competitividade e produtividade, mas essa relação não se sustenta quando tomamos a contribuição da sociologia do trabalho e da educação, e inserimos a contribuição da pedagogia crítica no questionamento de tais premissas.