Impacto das mudanças climáticas nos últimos 500 anos por meio de estudos dendroclimatológicos e isotópicos de árvores na região do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Veiga, Milena de Godoy
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41132/tde-12092023-115305/
Resumo: As mudanças climáticas causam grandes impactos nas florestas mundiais e, consequentemente nos ciclos biogeoquímicos. Entender as consequências dessas alterações antrópicas na região tropical é um desafio já que os registros instrumentais são limitados a poucas décadas. Para isso, os anéis de crescimento fornecem excelentes registros com resolução anual de variações climáticas atuais e anteriores às alterações humanas, mas poucas cronologias robustas para inferências climáticas são disponíveis nos trópicos. Assim, esta tese explorou um novo local e uma nova espécie para estudos dendrocronológicos visando avaliar o efeito de mudanças climáticas em florestas sazonalmente secas no centro leste do Brasil, um dos hot spots de aumento de temperatura na região tropical. Nesta tese foi: testada uma nova metodologia para aprimorar a identificação dos anéis de crescimento; construídas cronologias da largura e de isótopos estáveis de oxigênio de Amburana cearensis no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu (PNCP); as quais foram analisadas em conjunto com outra espécie da Mata Seca do PNCP e espeleotemas da mesma região para avaliar os efeitos de mudanças no clima no crescimento hoje e 500 anos atrás. Com cronologias perfeitamente datadas e com forte sinal climático, vimos que as árvores de A. cearensis e C. fissilis crescem reguladas pela quantidade de chuva na estação de crescimento, e as condições de alta demanda evaporativa nos últimos anos ainda não afetam o crescimento dessas populações. Isso é corroborado com dados de amostras subfósseis e espeleotemas que mostram que eventos de aumento abrupto na demanda evaporativa durante a Pequena Idade do Gelo também não afetaram o crescimento de A. cearensis. Esses resultados poderão auxiliar cientistas a desenvolver cronologias com espécies de difícil interpretação da anatomia da madeira; auxiliar no desenvolvimento de novas cronologias tropicais; e entender os efeitos das mudanças climáticas no crescimento de espécies de matas tropicais secas. Os dados produzidos também podem apoiar o desenvolvimento de modelos globais de resposta da vegetação para entender o efeito de mudanças climáticas no funcionamento das florestas sazonalmente secas tropicais.